Ora, uma das características mais fundamentais da Sociedade de São Vicente de Paulo é a sua unidade: unidade no tempo, respeitando o espírito primitivo de seus fundadores e unidade no espaço, em união com todas as Conferências que atuam nos mais diversos e longínquos países.
Como ficam evidentes, as orações tradicionais é o símbolo dessa unidade. Assim como procederam os sete primeiros confrades na primeira reunião da primeira Conferência, aos 23 de abril de 1833, assim todas as Conferências sempre as recitaram em todos os países do mundo, em todos os tempos. “Vinde Espírito Santo. Enchei os corações dos vossos fiéis e ascendei neles o fogo do vosso amor. - Enviai o vosso Espírito e tudo será criado. - E renovareis a face da terra”. É claro que a palavra será vazia se a mente de quem a pronuncia não está concentrada na oração e, portanto, não possui a mensagem que a leitura leva ao espírito. Mas, se oração é pronunciada com fervor, de coração, repleta de afeto humano, as sílabas que a mais de 180 anos, através dos mares e das montanhas, outros lábios fraternos repetiram com o mesmo recolhimento e afeto, nos deixam exaltados e comovidos!
É pena, que muitas vezes, essa belíssima e profunda oração seja feita maquinalmente, os lábios pronunciando as palavras, mas o coração e a alma tão distantes do seu real significado. O início da reunião, isto é, a oração e a meditação da leitura espiritual, constituem o ponto alto a que toda Conferência tem o dever de dar a devida importância. Pelo menos quinze ou vinte minutos deveriam ser dedicados a oração e meditação da leitura, pois é nela que se vai ouvir toda a força que emana do Espírito Santo. Se o invocarmos com fé, temos que ao menos dar-lhe um pouco de tempo para que sua presença possa ser sentida como parte integrante da reunião. Pedimos ao Pai que envie o Seu Espírito sobre nós, e nem sequer lhe damos um pouco de atenção ou lhe agradecemos a presença! É tudo mecânico e sem vida, uma simples leitura de texto.
Se não procedemos da forma que acima nos referimos, está na hora de mudarmos de atitude, para que nossas reuniões sejam mais interiorizadas e compartilhadas e muito mais repletas de energia e de fé, para que o trato para com o necessitado seja sempre mais com muita misericórdia.
Quando reunidos louvamos o Pai e recebemos seu Espírito. A Conferência, em clima elevado espiritualmente, produzirá melhores frutos e o lucro será também dos irmãos assistidos, pois à luz do Amor e da Verdade aos problemas apresentados, as soluções serão mais objetivas e práticas.
Se assim procedermos, o Senhor por certo nos “concederá que pelo mesmo Espírito saibamos o que é reto e gozemos sempre das divinas consolações do Pai”, pois baseados na promessa que Jesus nos fez, onde dois ou mais estiverem reunidos em Seu nome, Ele com certeza, estará presente!
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