7.
Carta de Frederico Ozanam a Teófilo Foisset.
Paris,
29 de maio de 1843
Senhor
e caro amigo,
Foi-me,
enfim, proporcionada uma hora de lazer, podendo assim acusar tantas cartas
amigas, afetuosas e cheias de bondade. Ocupações que, faz tempo, me assoberbam,
tomando-me as noites; cuidados de família e particulares, multiplicados desde a
enfermidade de minha pobre esposa que se ainda não restabeleceu e, por acréscimo,
minha lentidão em agir, eis o suficiente para vos explicar meu atraso. E,
contudo, quando me escreveis em tão delicados termos sobre nossos passageiros
mal-entendidos, e que vos servis, para consolar-nos em nossos pesares, de mão
consoladora, crede-me, Senhor e caro Amigo, que meu coração se dirigia para
vós. Procurei, ao menos, encontrar-vos onde estava certo, estareis presente:
lá onde minhas preces se uniriam às vossas.
Juntas,
perante Deus, se elas confundiram em um só ato de resignação à sua soberana
vontade.
Espero,
contudo, a cura de vossos olhos, tão úteis são eles a uma pena, da qual a boa
causa não pode prescindir.
Quero,
agora, acusar recebimento das nove páginas do 3º artigo sobre Pascal. Estou
verdadeiramente reconhecido, e mesmo confundido, por tão delicada atitude,
depositando em minhas mãos vossa magnífica dissertação. Mesmo que outro me não
fosse dado além do prazer de saborear-lhe as primícias, seria isto suficiente
para vos ficar agradecido.
Fiquei
sensibilizado, mais do que o poderia dizer, ante a vossa condescendência tão
generosa aos escrúpulos de minha tímida crítica.
Bem
sabeis que tais escrúpulos procedem de minha consciência, neles não vendo um
interesse de posição, pois conheceis bastante vosso amigo para lhe não atribuir
indignos motivos. Que mais poderíamos desejar, todos nós e do mais íntimo do
coração, do que a liberdade da Igreja? Apenas divergem alguns sobre o modo de
servir a essa causa sagrada.
Pensais
como nós que as violências a comprometem, e as três páginas da "crônica
política" do último número exprimem, sem dúvida, vossa opinião como a do
"Correspondant".
Assim
sendo, nada mais tenho a dizer sobre a minha primeira carta. Entendemo-nos em
principio, não importando nossos ligeiros dissentimentos em sua aplicação.
Não
pretendo mais que o "Correspondant" permaneça fora dos debates.
Nestes dois meses eles se intensificaram e difundiram, tornando-se inevitáveis.
Ao entrar neles, porém, seria de desejar que o fizessem de maneira digna e
severa, apartando-se, francamente, da má polêmica cuja responsabilidade querem
fazer recair sobre o clero de França.
Não
se trata absolutamente de enlanguescer, prejudicando os nossos em benefícios do
inimigo. Não quer isto dizer que devamos calar nossa justa indignação ante os
escândalos do Colégio de França e das torpezas do Jornalismo. (1)
Proclamarei
meu modo de sentir tão alto quanto for preciso, e vós podereis, segundo me
parece, proclamar o vosso. Perdoai-me,
porém, se julgo talvez ousada, e se submeto a delicadeza de vossa consciência
cristã, a conjectura pela qual fazeis ascender até o Senhor Cousin a solidariedade
de tais infâmias.
Não
falemos do homem. Ambos de perto o conhecemos. Vós, eu temo, no seu pior
momento; eu, talvez, no melhor. Conheceis os seus grandes defeitos; eu vejo
nêle belas qualidades, e nada é menos incompatível. Conheço a respeito dele uma
obra de caridade de grande generosidade, mantida por vários meses do modo mais
louvável e que, por acaso, se me tornou conhecida. (2)
Muitos
o visitam e pensam que, desfazendo-se de suas velhas atitudes de carbonarismo e
do pendor pela filosofia alemã, e reconduzido pelos seus trabalhos à idade
média e ao século dezessete, é ele muitas vezes atraído pela fé de São Tomás de
Aquino, de Descartes e Boussuet. E que, embora duvidando, e sem os compromissos públicos e o velho
levedo que nele fermenta, de sua malquerença contra o clero, seria permitido
conhecer a esperança de uma transformação que alegria e glórias viriam causar à
Igreja. Já na célebre introdução (3), se nos depara sobre o panteísmo uma
retratação de que hábil seria inteirar-se e agradecer ao autor, a fim de a assinalar,
como o fizeram alguns, por uma irritante acusação de hipocrisia.
Não
aprecia ele, no momento, os jesuítas, o que é um erro. Todos os cristãos
esclarecidos os cultuam pelos três séculos de incalculáveis benefícios, por
suas virtudes sempre vicejantes e pelo amor imenso que consagram ao Salvador e
à sua Igreja. Este antigo rancor, porém, contra a Companhia de Jesus, que teria
escapado ao escritor sobre tal assunto se o houvesse abordado dez anos mais
cedo ou mais tarde, estais certo de que fosse a única e a verdadeira inspiração
do trabalho sobre os "Pensamentos" de Pascal? Não mais razoável seria
pensar que o Senhor Cousin julgou "descobrir" Pascal como havia descoberto
Abelard, e haver-se abstido em seguida, ocasião se apresentando, de sua tese
favorita: a ortodoxia do Cartesianismo e as usurpações dos jesuítas sobre a
razão humana?
Não
é isto, certamente, generoso, e penso ser não somente falso mas repreensível.
Afirmar, porém, que este ataque foi o sinal voluntário do "protesto
geral", a instigação de todos os arrebatamentos de Quínet e Michelet, o
apelo às paixões que demoliram o arcebispado, que todas estas consequências tivessem
sido calculadas e desejadas pelo escritor que compulsava os manuscritos e
corria em busca dos pensamentos inéditos, eis o que me parece grave, e é sobre
isto que vos consulto.
Bem
longe estou de desejar a supressão do parágrafo que empresta ao artigo brilho e
oportunidade, e mais longo ainda o desejaria. Não julgaríeis, porém,
conveniente modificá-lo nesse sentido? Não poderíeis censurar ao antigo
ministro do rei, ao filósofo, a imprudência e a leviandade, e este exemplo dado
a outros que, pensando segui-lo, por sua vez o ultrapassaram, e essas
consequências, involuntárias sem dúvida, mas que era preciso prever, e essas
comoções exploradas pelos interesses republicanos, esses cânticos demagógicos,
essas assuadas e ameaças, transformando os anfiteatros literários em lugares
mal vistos? Não poderíeis supôr que o Senhor Cousin contradissesse e reprovasse
essa maneira de servir à dignidade da razão? Que devesse ele sinceramente
lastimar-se da incômoda amizade de Libri? (4).
Não
estaria ele com o direito de o confundir com tais pessoas? Voltaríeis depois
com toda a energia desejável, a fim de demonstrar-lhe a inconveniência dessas
agressões de que se permitem os maus espíritos.
Suprimiríeis,
se assim me posso exprimir, esta frase: “repetição fastidiosa” que se me não afigura bastante digna, nem
mesmo severa para qualificar a perversidade dos jornais, e substituiríeis tais
expressões excessivamente provocadoras. Seria "honroso"? Seria leal?
(5).
Deixai,
agora, que me penitencie profundamente do triste papel que acabo de representar,
e que vos agradeça a instrutiva dissertação. Pusestes-me a par de toda a questão
e, depois de terdes manifestado boa e sólida erudição de Beneditino em matéria
de manuscritos, atacastes com vigor o ponto que, em minha opinião, é capital: o
pretendido ceticismo de Pascal. O argumento biográfico parece-me perfeitamente
ventilado. Aguardo pressurosamente o final. Encontro nesse artigo todas as
qualidades do livro sobre o Presidente de Brosses, e sinto mais vivo o desejo
de ver, lançada por vós, uma obra histórica de grande fôlego e que exalte a
ciência cristã.
Encontrai-vos
nessa maturidade firme de julgamento e de estilo em que se produzem os escritos
que perduram: e "aggredere o magnos aderitjam tempus honores".
Quanto
a mim, alquebrado pelas fadigas, aguardo as férias da Faculdade para reencetar
um livro interrompido. Prossigo, atualmente, na Sorbona a história literária da
Itália nos séculos bárbaros. Levado pela ordem das matérias a tratar do
Monarquismo e do Papado tive ensejo de defender, perante um auditório mais
numeroso que o do ano passado, essas santas e divinas instituições atacadas em
outras cátedras.
Nem
o menor sinal de desaprovação perturbou a gravidade dessas lições. Daí concluo
que a juventude verdadeiramente estudiosa é menos profundamente apaixonada do
que se pensa, e que todo esse alarme de impiedade apenas existe na superfície.
Por outro lado, julguei prestar serviço aos nossos proclamando no círculo
católico, entre cristãos, algumas verdades sobre nossos deveres literários (6).
Talvez
tenhais compreendido o artigo publicado pelo "Univers" no dia da
Ascensão (7). Afligiu-me profundamente. Toda a minha resposta encontra-se no
boletim do círculo, do qual vos fiz chegar às mãos um exemplar, e que contém o meu
discurso com a resposta do Senhor Arcebispo de Paris (8).
Necessário
é que também saibais que sua Excelência mesmo havia-me impelido, de ante-mão, a
tratar desse assunto, indicando-me, ainda, algumas das considerações que
reproduzi. Havia sido eu também convidado a essa atuação pelos principais
membros do Circulo e, entre os assistentes, Senhores de Carné, Wilson, Tascher,
Golbery, Vatimesnil, e pelos padres Coeur, Guerry, Maret (9) e todos, salvo os
redatores do "Univers", exprimiram abertamente a sua aprovação.
Além
do mais, exclui qualquer espécie de alusão a quem quer que fosse e, sobretudo,
aos escritores desse jornal, entre os quais possuo amigos que não desejaria
contristar. Julgaram, porém, oportuno demonstrar por uma firme profissão de
princípios que a causa da liberdade não é solidária com as imprudências de seus
defensores.
Adeus,
Senhor e caro amigo. Orai por mim, e esperemos juntos que jamais eu deserte do
serviço da Fé. Sois daqueles que nesse caminho me engajaram. Neles eu terço
minhas primeiras armas e, com a graça de Deus, pretendo morrer. Encontro nessa
fraternidade militante muito doces consolações para que as possa jamais
esquecer.
Apresentai
meus respeitos à Senhora Foisset, e aceitai a segurança de minha reconhecida
afeição.
Terça-feira,
30 - Não me foi possível terminar, ontem, esta pobre carta, e acabo de receber
o bilhete que me comunica o que já devia pressentir: vossas inquietações e
dissabores. Perdoai-me, caro amigo, e crede que, se não sou ativo nem exato
sou, ao menos, fiel.
Lestes
o panfleto de Lyon? (10) Posso assegurar-vos, que vários amigos do autor,
encarregados de propagar o livro em Paris, e inquietos com o mal que produzia,
esforçaram-se por suspender-lhe a venda, tendo escrito ao Cônego Desgarets a fim
de solicitar-lhe que modificasse o seu trabalho.
Quanto
a mim, conheço esse eclesiástico, julgando, piedoso e bom, mas dotado de um
espírito exaltado pelas paixões políticas, sonhando com o reinado de Mil anos
sob Henrique IV.
<><><><><>
(1)
Michelet e Quinet, pessoalmente atacados em um volume contra o monopólio
universitário, haviam abandonado o verdadeiro objeto do seu curso e ministravam
as lições que reuniram em sua obra comum sob o título: "Jesuítas". Alguns estudantes apoiaram estas preleções,
mas outros retorquiram, daí decorrendo uma atmosfera de escândalos e de
polêmica. O “Siècle” e o "Debats", especialmente, mantinham
violentas discussões a fim de defender a Universidade. Além disto o
"Débats" publicava em folhetim “Os mistérios de Paris" de
Eugênio Sue. Libri, na "Revue dês
Deux Mondes” publicava as "Cartas sôbre o Clero Francês" que o
próprio Sainte-Beuve julgava excessivamente voltarianas e do século XVIII.
2)
Sobre a complexa personalidade de Victor Cousin, pode-se mencionar o estudo
biográfico que lhe foi consagrado (Hachette, 1910) por Jules Simon, que dele
foi discípulo e protegido bem como um dos seus auxiliares para algumas
traduções.
(3)
A introdução à sua obra "Pensamentos" de Pascal (1842), Cousin havia-se
aí retratado nitidamente do que pudesse em seus escritos ser acoimado de
panteísmo.
(4)
Distinguia-se Libri por violento e grosseiro anti-clericalismo. Professor da Faculdade de Ciências e do
Colégio de França e, mais tarde, membro da Academia de Ciências, Guilherme
Libri (1803-1869) era um italiano naturalizado francês. Possuía o gosto dos
livros raros, dos preciosos manuscritos e, sobretudo, dos autógrafos. Suas
coleções eram conhecidas como das mais ricas, não obstante importantes vendas
públicas. Em seguida à revolução de 1848 foi denunciado como se tendo
apropriado, em bibliotecas a que suas funções lhe davam acesso, de grande quantidade
de valiosos documentos.
Refugiou-se
, então, na Inglaterra e, não obstante clamar sua inocência, foi condenado em
1850 a dez anos de reclusão. Merimés, que dele continuou a ser amigo, por
várias vezes esforçou-se para que fosse ele reabilitado sem jamais o conseguir.
O assunto teve larga repercussão por causa da personalidade de Libri e de suas
declaradas opiniões. Sua família, assim como ele, jamais aceitaram tal
condenação e, nos empenhamos em dizê-lo, sem tomar partido.
(5)
Ainda que não conheçamos o texto original submetido a apreciação de Ozanam, o
texto impresso do terceiro artigo sobre Cousin e Pascal, estampado no
“Correspondant” em junho de 1843, permite-nos acreditar que Foisset tomou em consideração, ainda que apenas em
parte, estas observações. Estes extratos permitem julgar o que êle conservou,
e o que abandonou ou transformou : "O Senhor Cousin julgou que o que lhe
competia antes de mais nada era um levantamento contra os jesuítas. Foi ele
que, a propósito de uma nova edição dos "Pensamentos" deu o exemplo,
logo ultrapassado, da polêmica que tanta repercussão teve em algumas cadeiras
do alto ensino de Paris. Antigo ministro do rei e par de França não recuou ante
um apelo, mais ou menos direto a estas mesmas paixões que demoliram o Arcebispado
de Paris e devastaram Saint-Germain l'Auxerrois. Como filósofo, fez retroagir
uma discussão de doutrina até o ramerrão do "Constitutionnel··".
Sem
dúvida não desejou Cousin o que se seguiu... (o tumulto e as disputas dos
anfiteatros). Desaprova esse modo brutal de servir a dignidade da Razão. Sem
dúvida a súbita amizade de Libri se lhe tornou incômoda, e as recriminações de
Michelet e Quinet tornaram-se mais excêntricas do que ele poderia desejar. Deu,
porém, repito, um bem lastimável exemplo, sendo próprio de um homem de Estado o
saber e prever. Nada tenho a dizer a Michelet. Conheci-o e fui seu amigo. Estimo-o
ainda. Há coisas, porém, que nenhuma provocação justifica. Conclamo aqui todos
os homens honestos: é isto combater com armas corteses? Será isto digno, honroso
e leal?
Pode-se
assim concluir que, sem poupar Cousín, retificara Foisset a sua mira. Ainda que
conservando os veementes epítetos, atenuava-os segundo se lhe afigurava justo.
(6) "Deveres literários dos
cristãos", discurso pronunciado no Círculo Católico, em presença de Monsenhor
Affre, no dia 22 de maio de 1843 (Mélanges, 1872 t, I, e Ouvres Complêtes, t.
Vll).
(7)
Julgara-se Veuillot atingido por algumas passagens do discurso de Ozanam,
respondendo-lhe, em 25 de maio, em artigo intitulado: "Do zêlo e da
moderação" (reproduzido na primeira parte
de "Mélanges religieux, historiques, politiques et litteraires'' de
Louis Veuillot, t I). Apenas se defendeu Ozanam pela publicação de seu
discurso, protestando, na intimidade, que não quisera visar ninguém.
"Apresentaram-me desculpas" disse Ozanam em outra carta. É
incontestável, porém, que dois métodos acabavam de se opor.
(8)
Acrescentara, Monsenhor Affre algumas palavras de elogio em que exaltara
"o homem pacífico". Acha-se o texto anexado ao discurso de Ozanam nas
diversas edições.
(9)
Era, então, Maret (1805-1881) professor de dogma na Faculdade de Paris. Foi
mais tarde bispo de Sura.
O
padre Coeur (1805-1860) pregou em Lião e Paris, tendo sido também bispo de
Troyes. O padre Deguerry (1797-1871)
então cônego de Notre Dame e depois cura da Madeleine, foi afinal fuzilado como
refém pelos Communards. Vatimesnil
(1789-1860) antigo ministro da instrução pública no ministério Martignac, tomava
parte ativa na ação católica.
(10)
Trata-se de um grosso volume: "Le monopole universitaire destructeur de la
religion et des loís". Era anônima a primeira edição, mas o Cônego
Desgarets confessou-se seu autor. Parece certo que a obra havia sido escrita em
colaboração. Por várias vezes o "Correspondant" repeliu-lhe o tom e
as violências.
Monsenhor
Affre, Arcebispo de Paris. condenou-o, igualmente, em uma brochura:
"Observações sobre a controvérsia que se levantou a propósito da liberdade
de ensino" (agosto de 1843).
O
cônego Nlcolas-Jean des Garets, conde de Saint-Jean (1799-1871) era um antigo
militar. Havia êle traduzido os contos do conego Schmidt. Cônego de Salnt-Jean
em Lyon, era muito conhecido na cidade por suas obras de beneficência.
Sustentou, em diversas brochuras, uma polêmica contra a Universidade,
intervindo mais tarde, na disputa do "Ver Rongeur". Ver sobre Garets a
descrição (ainda que multo incompleta) de Lêon Aubineau, no Au Soir",
Paris, Palmé, 1886.
Comentário
As
dificuldades experimentadas na ação comum em nada alteraram a amizade de Ozanam
e Foisset, como se poderá verificar pelas cartas posteriores publicadas nas
"Cartas de Ozanam". Intensificou-se mesmo em uma visita feita a
Foisset. “Nos curtos momentos que convosco passei em Bligny, escreve Ozanam em
21 de outubro de 1843, vendo-vos cercado dessa piedosa e terna família, tão
amado por todos, e tão dedicado a todos os assuntos de interesse público,
acrescentando a vossas laboriosas funções o zelo por tantas boas obras, e encontrando
ainda tanto ardor nas relações de amizade e tantos ensejos para as letras,
julgava encontrar-me ante uma imagem de outros tempos: alguns desses
magistrados do século XVIII, com a sua mansão patriarcal e seu gabinete de
sábio, o exemplo de uma vida como outra a meu lado não encontro, e como desejaria
a minha, plena de cousas e de palavras”.
“Esta
recordação, a bela noite que então fazia, o vosso jardim divisado entre as
luzes, essa piedosa Capela em que juntos oramos e essa graciosa hospitalidade
em vossa casa de Beaune, deixaram-me uma das mais felizes impressões de viagem que
jamais me foi dado guardar no coração".
Não
podíamos deixar o leitor sob retrato mais belo de amigo. Nele a graça delicada
que constitui o coração de Ozanam desvenda, de modo tão feliz, a harmonia de
seu estilo.
JEAN
MORIENVAL
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