O membro auxiliar não é confrade ou consocia e, por isso, não pode fazer a visita domiciliar aos assistidos e não está obrigado a participar das reuniões da Conferência; entretanto, deve ser informado, permanentemente, a respeito do destino dado às suas contribuições.
Embora não existam recomendações explícitas a este respeito, é aconselhável que os membros auxiliares não sejam convidados, com muita frequência, a assistir às reuniões da Conferência, porquanto os assuntos ali tratados podem revelar a identidade das pessoas assistidas, o que, pela rigidez da sistemática vicentina, é inconcebível. Esta recomendação aplica-se, principalmente, às Conferência das pequenas cidades. Se tais visitas forem inevitáveis, ao nos referirmos aos assistidos, devemos usar expressões como estas: O assistido que visitei... o filho deste assistido.. mas nunca mencionar nomes.
QUALIFICAÇÕES PARA SER MEMBRO ATIVO DA SSVP
Para pertencer a SSVP, na qualidade de confrade ou consocia, é, antes de tudo, necessário que o candidato:
- seja católico praticante e
- tenha discernimento (capacidade de compreensão e julgamento)
O objetivo da Sociedade é aceitar, nas suas fileiras, os católicos que desejem, pelo aperfeiçoamento moral mútuo e pela partilha de experiências, crescer, cada vez mais, no plano espiritual. Crescemos espiritualmente na medida em que crescerem nossas obras de misericórdia.
É oportuno esclarecer que a nossa querida Sociedade não foi fundada para os santos, mas sim para os católicos que aspiram à perfeição cristã compatível com a vida no mundo.
Homens ou mulheres, celibatários, casados ou viúvos, quer jovens, que r idosos, desde que sejam católicos e estejam dispostos a assumir os encargos e as responsabilidades previstas na nossa Regra, podem perfeitamente ingressar na SSVP.
DEVERES ESSENCIAIS DOS VICENTINOS
O trabalho vicentino é o exercício da caridade, pelo qual traduzimos o nosso amor a Cristo na pessoa de nosso próximo - a doação de nós mesmos sob a forma de prestação de serviço aos "pobres".
Por fidelidade aos nossos fundadores, nós, vicentinos, não devemos, ou melhor, não podemos nos afastar das diretrizes por eles estabelecido, qual seja: a de participar, pessoal e diretamente, do serviço dos"pobres" (dos assistidos) por um contato de pessoa a pessoa (visita domiciliar) e de fazê-lo participando de uma comunidade fraternal de leigos (Conferência), onde todos são animados por uma mesma vocação - a de colocar-se à disposição dos "pobres", a de servi-los, sem julgá-los.
Então, segundo as práticas adotadas pelos nosso fundadores, os vicentinos se obrigam a dois deveres essenciais:
- a visita semanal domiciliar ao assistido e
- o comparecimento às reuniões semanais de sua Conferência.
O compromisso vicentino não é um voto permanente ou constrangedor, pois nada é mais livre, mais reversível, embora seja um ato muito sério. É bom que fique bem claro que o compromisso vicentino não nos obriga em consciência; portanto, qualquer um que não queira mais continuar na Sociedade, pode, seja por que motivo for, sair dele na hora que precisar ou que quiser, sem necessidade de justificar tal decisão.
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM VICENTINO
O primeiro gesto de caridade feito em nome da "Conferência de Caridade" foi praticado pelo próprio Frederico Ozanam - um estudante católico de 20 anos, que morava num quarto de uma pensão barata. Abraçou ele um feixe de lenha e em companhia de seu amigo Le Taillandier, indiferentes aos sentimentos de orgulho e vaidade cultivados pela juventude da época, atravessaram as exuberantes avenidas de Paris e foram levar esta singela oferta para aquecer uma pobre velhinha que, num porão imundo, morria aos poucos de frio e fome.
Do gesto de caridade daqueles dois jovens, podemos destacar as características indispensáveis a todo vicentino. São elas:
- Autenticidade cristã - é cumprimento exato dos mandamentos da Lei de Deus e da Santa Igreja;
- Caridade - é a aplicação prática do Evangelho;
- Humildade - é um estado de espírito cultivado pelo aprimoramento religioso;
- Discrição - depende de apenas da força de vontade de cada um;
- Disponibilidade de tempo - é uma questão de optar entre o lazer e a tarefa que se pretende empreender ou que nos é solicitada;
- O espírito de partilha - é um impulso que todo homem sente e que poucos conseguem reprimir diante das dificuldades e da miséria dos irmãos menos afortunados.
Estas seis características indispensáveis aos vicentinos, estão também inseridas, por implicação doutrinária, na norma de vida que caracteriza o cristão. Por isso mesmo, não é difícil para o católico ser vicentino, basta apenas se comprometer um pouco mais com as obras de misericórdia - o providencial meio que Deus nos oferece para que possamos alcançar o grau mais alto da perfeição humana e cristã!
(Conforme a "Apostilha do Curso Básico" do CSB, (atual CNB).
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