A visita aos assistidos é a maior obra das Conferências; a que melhor convém aos seus membros e as suas necessidades íntimas, a mais fácil, a mais atraente, aquela, enfim, sem a qual toda Conferência definha, como nô-lo mostra a experiência..." (antigo Manual da SSVP).
Para nós vicentinos, a VISITA ao assistido é o meio de nos santificarmos. Como?
Primeiramente, encaramos o assistido como nosso próximo. Ele é para nós a "imagem do Cristo sofredor". Ainda, devemos ter sempre em mente as palavras de Nosso Senhor: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei". E ainda, "o que á eles fizeres é a Mim que o fareis".
O PREPARO DA VISITA
Para que a visita não seja um acidente na semana do vicentino, deve ser prévia e devidamente preparada e, realizada com espírito fraterno, espontaneidade, diálogo franco e com lealdade de amigo, que se interessa pelos problemas alheios.
A VISITA
Ao assistido deve ser levada uma mensagem de amor! E é assim que começa o nosso trabalho junto ao assistido, amando-o profundamente, com generosidade e desinteresse. Esse amor nos completa e satisfaz a ponto de, sacrificarmo-nos por ele. Esse amor se revela pela amizade que lhe devotamos, a ponto de, sentindo essa amizade, o assistido nos confia até seus segredos mais íntimos, com a certeza de que pelo nosso amor nós o compreenderemos e no que for possível, o ajudaremos.
Que melhor maneira temos de enaltecer um ser humano de que o fazer se sentir amado, querido? Nem mesmo o dinheiro e uma farta sacola de alimentos o fará sentir-se como um ser humano igual a qualquer outro.
FREDERICO OZANAM
Ao fundar a Sociedade de São Vicente de Paulo, pretendia Frederico Ozanam levar aos mais necessitados, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo; assim o fez e é assim que ainda hoje devemos agir, pois o necessitado não é só aquele que mora num barraco; o necessitado é, também, aquele que trabalha conosco, que estuda conosco, enfim, que convive conosco diariamente.
A SACOLA - O VALE - A CESTA BÁSICA
Devemos fazer da sacola de alimentos ou do vale, um pretexto para se fazer amizade com o necessitado e assim introduzir em seu lar a palavra de Deus e evangelizá-lo. Enfim, a visita ao assistido deve revestir-se de Espiritualidade, lembrando o vicentino que é o Pobre é a imagem de Cristo!
A ESPIRITUALIDADE
Viver sem espiritualidade é viver negativamente. Sem espiritualidade a vida seria uma aberração, pela ausência de um ideal e de um objetivo que possa justificar a sua normalidade. Lembrar que a espiritualidade está em tudo e dirige todos os nossos atos.
O RELACIONAMENTO COM O ASSISTIDO
No relacionamento vicentino e pobre, o Confrade e a Consocia observa:
1. Ele é autêntico, pois está convencido de que é realmente um membro da Sociedade de São Vicente de Paulo.
2. Evita, naturalmente, o piedosismo. Não deverá se comover com as exterioridades que frequentemente o socorrido apresenta, mas terá firmeza e ânimo para encontrar a solução dos problemas que lhe forem apresentados, e que angustiam o Pobre;
3. O excesso de atendimento, a falta de medida, uma interpretação errônea do vicentinismo terá de ser evitada. Não dar tudo ao Pobre, mas o que ele mais precisa. Saber descobrir o que mais servirá ao socorrido é tarefa das mais importante.
4. É mais fácil DAR do que DAR-SE. E mais difícil será dar-se na medida adequada. Fazer do socorrido desamparado, desanimado, quem sabe, já habituado à preguiça, um elemento útil, será muito mais importante, do que deixar na sua mão o "vale" ou qualquer outro tipo de ajuda, que o aliviará apenas por um ou poucos dias.
COMENTÁRIO FINAL
De fato, se a visita às famílias pobres é a
sua mais especial e, pode-se se dizer fundamental ocupação, é por ser a mais
útil de todas as obras para edificação de seus membros e aquela que está mais
ao alcance dos confrades e consocias.
A visita dos pobres pelo contrário, prende e cativa, por
isso que é sempre de efeito imediato, o alívio material; é de fácil execução e
toma pouco tempo.
Logo, o que se deduz do que se mencionou é que a
visita, aos socorridos, que não deve ser espaçada, é, positivamente, o
principal objetivo da nossa Sociedade, já que estabelece, entre o confrade e os
protegidos uma certa intimidade, dentro da qual poderão ser orientados,
cristãmente, os necessitados e conduzidos ao confessionário e a Eucaristia.
Substituir a visita domiciliária e semanal, que
proporciona vantagens morais ao visitante, que não poderá deixar de mostrar-se
agradecido a Deus, pois está imitando a parábola do bom samaritano, e ao
visitado, que encontra carinhos e auxílios, distribuídos sem a menor
humilhação; trocar a visita domiciliária e semanal, por outro
empreendimento, embora meritório, equivale a deturpar o objetivo da obra de
Ozanam.
█▬█▬█▬█▬██▬█▬█▬█▬█ Boa aula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário