Reformar, Renovar, Conservar
Coube a Emmanuel Bailly a iniciativa de dotar a Sociedade de caridade de um regulamento em fins de 1835. Contava a Sociedade 250 confrades e a Lallier foi atribuída a incumbência da primeira redação. Surgiu assim o primeiro Regulamento da Sociedade. Para consegui-lo firmaram-se os confrades no princípio «de aprenderem a se conhecer e a se amar» e também num outro tão importante quanto esse: «aprender a conhecer, a amar e a servir os pobres de Jesus Cristo».
Foi compenetrado desses dois salutares princípios que os primeiros confrades elaboraram a primeira Regra. Duas vezes foi ela ligeiramente alterada, e agora se prenuncia nova modificação, para promover a adaptação da Sociedade ao mundo moderno.
Não foram isentos de preocupações, temores, dúvidas, os primórdios da Sociedade. Havia várias discussões e nem sempre as opiniões eram convergentes. Mas todos, sem exceção, desejavam «aprender a se conhecer melhor e a se amarem como irmãos, e para atingir essa meta, procurar conhecer, amar e a servir em conjunto os pobres de Jesus Cristo».
Agora, depois de 138 anos de existência, acha-se a Sociedade na perspectiva de modificar sua Regra para melhor servir aos seus fins.
As perspectivas não são fagueiras. Há incertezas. Não sabemos que futuro aguarda a Sociedade. Principalmente nos tempos atuais em que a confusão alcançou também a unidade católica! Entre os próprios católicos e mesmo entre os sacerdotes os desentendimentos são, infelizmente, muito frequentes.
Mas a nós confrades restarão sempre aqueles dois princípios, acima mencionados. Se em nossas discussões sobre os artigos, os parágrafos, os comentários da novíssima Regra que se pretende dar à nossa querida Sociedade de São Vicente de Paulo, não obedecerem integralmente àqueles dois princípios, talvez contribuiremos para abalar os fundamentos de nossa Sociedade.
A tônica dominante em todos os confrades vem a ser a de atrair os jovens para a Sociedade. Mas para isso não será necessário modificar o título de Sociedade de São Vicente de Paulo para Sociedade Frederico Ozanam como foi proposto por alguns confrades. Se é o nome do «santo» que está atrapalhando nada adiantará suprimi-lo, pois o jovem que não entrar para a Sociedade só porque ela tem o nome de um santo (e que Santo!) será melhor que recuse o convite. E se tentar participar de nossos trabalhos será um corpo estranho, senão um germe de desagregação entre os confrades.
A conquista dos jovens não se fará com guitarras, violões, música profana «pra-frente», mas dar-se-á na medida em que nós confrades vicentinos estivermos dispostos a apresentar-lhes o nosso exemplo de católicos que querem «aprender a amar os pobres de Jesus Cristo». Os pobres de Jesus Cristo são os nossos confrades, os necessitados que socorremos, os jovens que desejamos atrair para a nossa Sociedade.
(Artigo do Cfd. Paulo Sawaya, por ocasião do anúncio da edição de uma nova Regra para a SSVP. Artigo publicado na Voz de Ozanam de jan.fev./1972).
- para saber procedimentos burocráticos?
- para aumentar a nossa cultura?
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