1º DOMNGO DO ADVENTO

Marcos 13,33 – 37

Ficai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo. Será como um homem que, partindo de uma viagem, deixa a sua casa e delega sua autoridade aos seus servos, indicando o trabalho de cada um, e manda ao porteiro que vigie. Vigiai, pois, visto que não sabeis quando o senhor da casa voltará, se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que vindo de repente, não vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: vigiai!

Comentário

Já é hora de acordar! Eis o apelo de Jesus no Evangelho que inaugura este tempo do Advento. Uma nova aurora surge no horizonte da humanidade, trazendo a esperança de um novo tempo de um mundo renovado pela força do Evangelho. Neste tempo de graça, somos convocados a sair do torpor de uma prática religiosa inócua, a acordar do sono dos nossos projetos pessoais vazios e egoístas. Despertos e vigilantes, somos convidados a abraçar o projeto de Deus que vem ao nosso encontro, na espera fecunda do Tempo do Advento, temos a chance de reanimarmos em nós e os compromissos assumidos em favor da construção do Reino, reavivando as forças adormecidas, para a construção de uma humanidade nova, livre das trevas do sofrimento, da marginalização e da morte.

Frei Sandro Roberto da Costa, OFM - Petrópolis/RJ

2º DOMINGO DO ADVENTO

Marcos 1,1 – 8

Conforme está escrito no Profeta Isaias: Eis que envio meu anjo diante de ti: Ele preparará teu caminho. Uma voz clama no deserto: Traçai o caminho do Senhor, aplainai suas veredas (Mt 3,1); Is 40,3). João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados. E saiam para ir ter com ele toda a Judéia, toda Jerusalém, confessando os seus pecados. João andava vestido de pelo de carneiro e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel Sivestre. Ele pôs-se a proclamar: “depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado. Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo”.

Comentário

“Preparai o caminho do Senhor, aplainai as suas veredas”. Clamando pelo deserto, João Batista nos indica que procurar viver conforme a Boa-Nova que Jesus nos trouxe não se trata, simplesmente, de viver dentro de um sistema religioso com certas práticas que nos identificam com tais. Talvez ele queira nos indicar que a fé, antes de tudo é um percurso, uma caminhada, onde podemos encontrar momentos fáceis e difíceis, dúvidas e interrogações, avanços e retrocessos, entusiasmo e disposição, mas também cansaço e fadiga. No entanto, o mais importante é que nunca deixemos de caminhar, pois o caminho se faz caminhando. Boa caminhada de Advento e preparação!

Frei Diego Atalino de Melo

sexta-feira, 29 de março de 2019

3. DIREITOS DO PACIENTE





Direitos do paciente

apresentando 
.
Este documento nasceu do desejo de um grupo de representantes de diferentes patologias freqüentemente atendido pela rede pública, particular e filantrópica.

Tem por objetivo humanizar o relacionamento profissional de saúde/ paciente para que harmoniosamente se consigam resultados mais satisfatórios, na prevenção de doenças e suas complicações, com menos gastos para o Estado e uma melhor qualidade de vida para todos.

O paciente precisa ser tratado como cidadão.
Cidadão participa e é responsável.
Cidadão é informado e decide.
Cidadão é único e é livre.

Nada do que está colocado aqui é novo.
Todos estes direitos estão salvaguardados pelos direitos humanos, pela Constituição Federal, por códigos de ética médica e profissionais.

Apenas selecionamos e relacionamos os itens pedagogicamente para que toda a população conheça os seus direitos e os defenda.

Este documento é um serviço ao exercício da cidadania.
A cidadania leva à vida.






FÓRUM PERMANENTE DAS PATOLOGIAS CLÍNICAS
1 O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais de saúde. Tem direito a um lugar digno e adequado para seu atendimento.
2 O paciente tem direito a ser identificado pelo nome e sobrenome. Não deve ser chamado pelo nome da doença ou do agravo à saúde, ou ainda de forma genérica ou quaisquer outras formas impróprias, desrespeitosas ou preconceituosas.
3 O paciente tem direito a receber do funcionário adequado, presente no local, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e bem-estar.
4 O paciente tem direito a identificar o profissional por crachá preenchido com o nome completo, função e cargo.
5 O paciente tem direito a consultas marcadas, antecipadamente, de forma que o tempo de espera não ultrapasse 30 minutos.
6 O paciente tem direito de exigir que todo o material utilizado seja rigorosamente esterilizado, ou descartável e manipulado segundo normas de higiene e prevenção.
7 O paciente tem direito de receber explicações claras sobre o exame a que vai ser submetido e para qual finalidade irá ser coletado o material para exame de laboratório.
8 O paciente tem direito a informações claras, simples e compreensíveis, adaptadas à sua condição cultural, sobre as ações diagnósticas e terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a localização de sua patologia, se existe necessidade de anestesia, qual o instrumental a ser utilizado e quais as regiões do corpo serão afetadas pelos procedimentos.
9 O paciente tem direito a ser esclarecido se o tratamento ou diagnóstico é experimental ou faz parte de pesquisa, e se os benefícios a ser obtidos são proporcionais aos riscos e se existe probabilidade de alteração das condições de dor, sofrimento e desenvolvimento da sua patologia.
10 O paciente tem direito de consentir ou recusar a ser submetido à experimentação ou pesquisas. No caso de impossibilidade de expressar sua vontade, o consentimento deve ser dado por escrito por familiares ou responsáveis.
11 O paciente tem direito a consentir ou recusar procedimentos,  diagnósticos ou terapêuticas a ser nele realizados. Deve consentir de forma livre, voluntária, esclarecida com adequada informação. Quando ocorrerem alterações significantes no estado de saúde inicial ou da causa pela qual o consentimento foi dado, este deverá ser renovado.
12 O paciente tem direito de revogar o consentimento anterior, a qualquer instante, por decisão livre, consciente e esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais ou legais.
13 O paciente tem direito de ter  seu prontuário médico elaborado de forma legível e de consultá-lo a qualquer momento. Esse prontuário deve conter o conjunto de documentos padronizados do histórico do paciente, princípio e evolução da doença, raciocínio clínico, exames, conduta terapêutica e demais relatórios e anotações clínicas.
14 O paciente tem direito a ter seu diagnóstico e tratamento por escrito, identificado com o nome do profissional, de saúde e seu registro no respectivo Conselho Profissional, de forma clara e legível.
15 O paciente tem direito de receber medicamentos básicos, e também medicamentos e equipamentos de alto custo, que mantenham a vida e a saúde.
16 O paciente tem o direito de receber os medicamentos acompanhados de bula impressa de forma compreensível e clara e com data de fabricação e de validade.
17 O paciente tem direito de receber as receitas com o nome genérico do medicamento (Lei do Genérico), e não em código,  datilografadas ou em letras de fôrma, ou com caligrafia perfeitamente legível, e com assinatura e carimbo contendo o número do registro do respectivo Conselho Profissional.
18 O paciente tem direito de conhecer a procedência e verificar antes de receber sangue, ou hemoderivados para a transfusão, se o mesmo contém carimbo nas bolsas de sangue atestando as sorologias efetuadas e sua validade.
19 O paciente tem direito, no caso de estar inconsciente, de ter anotado em seu prontuário medicação, sangue ou hemoderivados, com dados sobre a origem, tipo e prazo de validade.
20 O paciente tem direito de saber com segurança e antecipadamente, através de testes ou exames, que não é diabético, portador de algum tipo de anemia, ou alérgico a determinados medicamentos (anestésicos, penicilina, sulfas, soro antitetânico etc) antes de lhe serem administrados.
21 O paciente tem direito a sua  segurança e integridade física nos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados.
22 O paciente tem direito de ter acesso às contas detalhadas referentes às despesas de seu tratamento, exames, medicação, internação e outros procedimentos médicos (Portaria do Ministério da Saúde n" 1286 de 26/10/93 - art. 8° e nO 74 de 04/05/94).
23 O paciente tem direito de não  sofrer discriminação nos serviços de saúde por ser portador de qualquer tipo de patologia, principalmente no caso de ser portador de HIV /AIOS ou doenças infectocontagiosas.
24 O paciente tem direito de ser resguardado de seus segredos, pela manutenção do sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. Os segredos do paciente correspondem a tudo aquilo que, mesmo desconhecido pelo próprio cliente, possa o profissional de saúde ter acesso e compreender por informações obtidas no histórico do paciente, exame físico, exames laboratoriais e radiológicos.
25 O paciente tem direito a manter sua privacidade para satisfazer suas necessidades fisiológicas, inclusive alimentação adequada e higiênicas, quer quando atendido no leito, ou no ambiente onde está internado ou aguardando atendimento.
26 O paciente tem direito a acompanhante, se desejar, tanto nas consultas, como nas internações. As visitas de parentes e amigos devem ser disciplinadas em horários compatíveis, desde que não comprometam as atividades  médicas-sanitárias. Em caso de parto, a parturiente poderá solicitar a presença do pai.

27 O paciente tem direito de exigir que a maternidade, além dos profissionais comumente necessários, mantenha a presença de um neo-natologista, por ocasião do parto.
28 O paciente tem direito de exigir que a maternidade realize o "teste do pezinho", para detectar a fenilcetonúria nos recém-nascidos.
29 O paciente tem direito à indenização pecuniária no caso de qualquer complicação em suas condições de saúde motivadas por imprudência, negligência ou imperícias dos profissionais de saúde.
30 O paciente  tem direito à assistência adequada, mesmo em períodos festivos, feriados ou durante greves profissionais.
31 O paciente tem direito de receber ou recusar assistência moral, psicológica, social e religiosa.
32 O paciente tem direito a uma morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável. por  local ou acompanhamento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e 
extraordinários para prolongar a vida.
33 O paciente tem direito à dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito.
34  O paciente tem direito de não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem uma prévia aprovação. O paciente tem direito a órgão jurídico de direito específico da saúde, sem ônus e de fácil acesso.
35  O paciente tem direito a órgão jurídico de direito especifico da saúde, sem ônus e de fácil acesso.



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Na 1a Assembleia Nacional da Pastoral da Saúde - CNBB, realizada em São Paulo (10 -12 de outubro de 1995), foi recomendado o amplo uso e divulgação deste documento para todos os Agentes de Pastoral da Saúde e Profissionais da área, como um instrumento de exercício da cidadania.

·         "O paciente tem o dever de zelar pela
p
rópria saúde.

·         Deve ter sempre consigo seus
documentos e le
var, para as consultas, os
exames, as radiografias e todo o material
que au
xilie o diagnóstico.

·         Deve anotar todas as reações e vidas
que surgiram durante o tratamento.

·         O paciente tem o dever de participar
do seu tratamento
, promovendo assim uma
saúde melhor para todos
."

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ORAÇÃO

Recebe, ó Senhor, os nossos medos
e transforma-os em confiança.

Recebe o nosso sofrimento
e transforma-o em crescimento.

Recebe o nosso silêncio
e transforma-o em adoração.

Recebe as nossas crises
e transforma-as em maturidade.

Recebe as nossas lágrimas
e transforma-as em oração.

Recebe a nossa raiva
e transforma-a em intimidade.

Recebe o nosso desânimo
e transforma-o em fé.

Recebe a nossa solidão
e transforma-a em contemplação.

Recebe as nossas amarguras
e transforma-as em quietude interior.

Recebe as nossas esperas
e transforma-as em esperança.

Recebe a nossa morte
e transforma-a em ressurreição.

Amém. 

terça-feira, 26 de março de 2019

5. SANTA TERESA DE CALCUTÁ




Santa Teresa de Calcutá






Biografia de Madre Teresa de Calcutá



Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) foi uma missionária católica macedônia, famosa por seu trabalho de ajuda às populações carentes do Terceiro Mundo. Logo cedo descobriu sua vocação religiosa. Com dezoito anos entrou para a Casa das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto. Criou a Congregação Missionárias da Caridade. Dedicou toda sua vida aos pobres. Em 1979 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Foi Beatificada pela igreja católica em 2003 e canonizada em 2016.

Infância e Juventude

Agnes Gonxha Bojaxhiu, conhecida como Madre Teresa de Calcutá, nasceu  em Skopje, na Macedônia, no Sudeste da Europa, no dia 26 de agosto de 1910. Foi educada numa escola pública da atual Croácia. Ingressou na Congregação Mariana. Com o consentimento dos pais, no dia 29 de Setembro de 1928, entrou para a Casa das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, em Dublin, Irlanda. O seu sonho era ir para a Índia, onde faria um trabalho missionário com os pobres. Em 24 de maio de 1931, fez votos de pobreza, castidade e obediência, recebendo o nome de Teresa.

Da Irlanda, Irmã Teresa partiu para Índia. Foi enviada para Darjeeling, local onde as Irmãs de Loreto possuíam um colégio. De Darjeeling a Irmã Teresa foi para "Calcutá" onde passa a ensinar História e Geografia no Colégio de Santa Maria, da Congregação de Nossa Senhora do Loreto.. Mais tarde foi nomeada diretora.

Chamado Para a Caridade

Em setembro de 1946 durante uma viagem de trem, ouviu um chamado interior que a fez decidir abandonar o noviciado e se dedicar aos necessitados. Depois de apresentar seu plano, recebeu a autorização do Papa Pio XII, no dia 12 de Abril de 1948. Embora deixando a congregação de Nossa Senhora de Loreto, a Irmã Teresa continuava religiosa sob a obediência do arcebispo de Calcutá. Só em 08 de Agosto de 1948 ela deixou o colégio de Santa Maria.

Madre Teresa dirigiu-se para Patna, para fazer um breve curso de enfermagem. Em 21 de dezembro obtém a nacionalidade indiana. Data em que a irmã reuniu um grupo de cinco crianças, num bairro pobre e começou a dar aula. Pouco a pouco, o grupo foi aumentando. Dez dias depois eram cerca de cinquenta crianças. Tendo abandonado o hábito da Congregação de Loreto, a Irmã Teresa usava um sari branco (roupa indiana), debruado de azul e colocava no ombro uma pequena cruz. Ia de abrigo em abrigo levando, mais que donativos, palavras amigas e as mãos sempre prestáveis para qualquer trabalho.

Congregação Missionárias da Caridade

Em 19 de março de 1949, as vocações começaram a surgir entre as suas antigas alunas do colégio. A primeira foi Shubashini. Filha de uma rica família, disposta a colocar sua vida ao serviço dos pobres. Outras voluntárias foram se juntando ao trabalho missionário. Mais tarde chamadas de "Missionárias da Caridade". Em 1949, a constituição da irmandade, começou a ser redigida.

A Congregação de Madre Teresa, foi aprovada pela Santa Sé em 07 de outubro de 1950. Em agosto de 1952, é aberto o lar infantil Sishi Bavan (Casa da Esperança) e inaugurado o "Lar para Moribundos", em Kalighat, auxiliando pobres, doentes e famintos. A partir dessa data, a sua Congregação começa a expandir-se pela Índia e por várias partes do mundo. Em 1963, em reconhecimento a seu apostolado, o governo indiano concede-lhe a medalha "Senhor do Lótus".

Prêmios e Honrarias

Madre Teresa de Calcutá recebe o Prêmio Nobel da Paz, em outubro de 1979. Nesse mesmo ano, João Paulo II recebe a Madre, em audiência privada e a nomeia "embaixadora" do Papa em todas as nações. Muitas universidades lhe conferiram o título "Honoris Causa". Em 1980, recebe a ordem "Distinguished Public Service Award" nos EUA. Em 1983, estando em Roma, sofre o primeiro grave ataque do coração. Tinha 73 anos.

Em setembro de 1985, é reeleita Superiora das Missionárias da Caridade. Nesse mesmo ano, recebe do Presidente Reagan, na Casa Branca, a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração do país. Em agosto de 1987, vai à União Soviética e é condecorada com a Medalha de ouro do Comitê Soviético da Paz. Em agosto de 1989, realiza um dos seus sonhos, abrir uma casa na sua Albânia, sua terra natal. Em setembro de 1989, sofre o seu segundo ataque do coração e recebe um marca-passo. Em 1990, pede ao Papa para ser substituída no seu cargo, mas volta a ser reeleita por mais seis anos, até 1996.

Morte

Madre Teresa de Calcutá faleceu no dia 05 de setembro de 1997, depois de sofrer uma parada cardíaca. Seu corpo foi transladado ao Estádio Netaji, onde o cardeal Ângelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, celebrou a Missa de corpo presente. O mesmo veículo que, em 1948, transportara o corpo do Mahatma Gandhi foi utilizado para realizar o cortejo fúnebre da "Mãe dos pobres". Em 19 de outubro de 2003 Madre Teresa de Calcutá é beatificada pelo Papa João Paulo II. No dia 4 de setembro de 2016 foi canonizada, pelo Papa Francisco.

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Frases da Madre Teresa de Calcutá

"Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz."

"É fácil amar os que estão longe, mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado."

"Temos que ir a procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade."

"Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las."

"Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo."


                                                                                                          Por Dilva Frazão

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Leia abaixo, ainda,  sobre Santa Teresa de Calcutá.







Testemunho




                     "Com os pobres da cidade, ela embarcou
                     numa das mais notáveis aventuras                           espirituais e humanas deste século"

                                    (Dominique Lapierre, autor                                      de "Cidade da Esperança")

·         27 agosto de 1910: nasce Agnes Gonxha Bojaxhiu de pais albaneses, em Skopje, na antiga Sérvia.

·         1928: torna-se religiosa aos 18 anos na Congregação  das Irmãs de Loreto na Irlanda, assumindo o nome de Teresa. Foi enviada para o noviciado na Índia onde será professora num colégio.

·         Setembro de 1946: aos 36 anos, deixa a congregação religiosa por causa de um "chamado divino" .

·         Em 1949: funda o Instituto das Irmãs Missionárias da Caridade para dedicar-se, segundo suas próprias palavras, aos "mais pobres entre os mais pobres".

·         1979: recebe o Prêmio Nobel da Paz .

·         A partir de 1949 até sua morte em 5 de setembro de 1997, visita países, funda casas de acolhida para doentes, aidéticos, crianças abandonadas e moribundos.


A maior aventura espiritual e humana deste século


A repercussão, no mundo inteiro, da morte de madre Teresa, os pedidos de beatificação dessa mulher que já foi declarada santa pelo clamor do povo, não somente pelos católicos como pelos hindus e os muçulmanos da Índia e de outras parte do mundo, são o testemunho e a resposta ao desafio que essa mulher, frágil no corpo mas gigantesca no espírito, anunciou a todos os marginalizados desse mundo: "Estamos aqui, amamos vocês, não tenham medo".


E pouco importa se há quem a acuse de fazer um assistenci- lismo antiquado em vez de cobrar dos governos políticas e reformas sociais: ela era o exemplo vivo de como se vive a solidariedade não somente humana mas tamm cristã entre os homens. Acima de teorias e tratados sociais, ela se justificava: "Os pobres devem ser amados porque foram criados pela mão de Deus"; "O amor para ser verdadeiro tem de doer. Não basta dar o supérfluo a quem necessita, é preciso dar até que isso nos machuque"

Essa participação pessoal e até física no sofrimento não está certamente dentro dos modernos padrões da técnica assistencial, mas expressa a força do testemunho e o espírito de madre Teresa e das irmãs que quiseram acrescentar, quando iniciaram o novo instituto, além dos três votos tradicionais de pobreza, castidade e obediência, a obrigação de compartilhar da precariedade de vida dos mais marginalizados. Na regra do instituto, o quarto voto assim está expresso: "Colocar-se, inteiramente e de todo coração, à livre disposição dos outros". Numa carta, madre Teresa contou que, diante do chamado imperioso de Cristo, através dos pobres de Calcutá, ela "teve que abandonar o conforto do convento, abrir mão de tudo e seguir Jesus. Servi-lo por meio dos mais pobres de seus pobres".

Na prática,  o serviço  foi dedicar-se  totalmente  ao cuidado dos doentes, dos moribundos nas favelas, à educação das crianças de rua, à presença entre os mendigos e à acolhida doabandonados. Mas não é fácil praticar a caridade.

No começo, madre Teresa foi acusada pelos hindus ortodo- xos de querer recolher os moribundos abandonados nas calçadas de Calcutá para convertê-los, na última hora, ao cristianismo. Foi hostilizada quando, após ter recebido um terreno perto de um templo hindu, começou a recolher doentes terminais ali. Chegaram a apedrejar uma ambulância que trazia tais doentes, mas ela, teimosa no seu projeto, conseguiu desfazer todos os mal-entendidos com sua dedicação pessoal, seus abraços e carinhos aos doentes até os casos mais dramáticos, corroídos pelos males e, pior ainda, pelo abandono.



  Um brâmane, deixado na calçada porque tinha cólera, a quem madre Teresa pegou nos braços, dispensando todos os cuidados até curá-lo, dizia: "Por muitos anos adorei uma Kali feita de pedra, hoje venero uma Kali feita de carne".Foram esses milagres de amor que reverteram a situação de hostilidade, fazendo com que os cidadãos de Calcutá começassem a tomá-la sob sua proteção. Com isso, começou a interminável afluência de doentes, mas também de colaboradores que vinham de vários países e de todas as religiões.

   Em 45 anos de trabalho, calcula-se que, somente nas obras em Calcutá, passaram mais de 100 mil doentes, famintos, órfãos, aidéticos e todos receberam o abraço e o carinho de madre Teresa, de suas irmãs e seus colaboradores.

  Seu espírito de caridade e serviço expandiu sua congregação que, atualmente, conta com quase 5 mil irmãs, 500 irmãos, mais de 4 milhões de leigas e leigos colaboradores, em mais de 500 casas espalhadas por 124 países.* A única mágoa que madre Teresa levou para o túmulo foi a de não ter podido abrir uma casa na China comunista. No Brasil, a congregação chegou em 1979 e já conta com uma dezena de casas.
(* Os números acima são de novembro de 1997).

   Entre as campanhas pelas quais madre Teresa lutou, nem sempre entendida no seu imenso amor à humanidade e a todo ser que a inspirava, destacou-se a luta contra o aborto. Ao receber o Prêmio Nobel, em Oslo, em 1979, e no discurso na ONU, o tema foi o mesmo: "Temos medo da guerra nuclear e dessa nova enfermidade que chamamos de AIDS, mas matar crianças inocentes não nos assusta". "O aborto é pior do que a fome, pior do que a guerra". Essa firme posição contra o aborto certamente contrastava num país que, com uma população de quase um bilhão de pessoas, isto é, um quinto da população mundial, fazia campanhas para a esterilização em massa da população masculina e feminina, distribuindo gratuitamente rádios de pilha para quem se submetesse à operação. Mas os santos veem as coisas em outras perspectivas e qualquer vida, para eles, é sempre vida.

   Conta o cineasta Franco Zeffirelli que, ao acompanhar madre Teresa para um filme, num lixão onde eram jogados detritos e até mesmo a escória humana, a religiosa viu um bebê semimorto, ainda com o cordão umbilical, coberto de sangue e sujeira. Ela precipitou-se sobre a criança, praticou a respiração boca a boca, descuidando dos conselhos dos prudentes presentes:

"Madre, esta criança já está morta". "Não - protestou madre Teresa - está viva e quem está vivo é nosso próximo, é Deus". Aos primeiros sinais de vida da criança, ela, apertando-a no colo, gritava: "Está salva, está salva!" e levou-a para sua casa.

Testemunhos

   O papa João Paulo II, ao receber a notícia de sua morte, pronunciou: "Madre Teresa, foi uma mulher que deixou sua marca na história deste século”. “Era um luminoso exemplo de como o amor de Deus pode ser transformado em amor pelo próximo".

"Enquanto os outros discutiam sobre a injustiça, madre Teresa dobrava-se sobre os que sofriam", afirmava o Cardeal Sodano, representante do papa, ao descrever a força íntima de sua obra, durante a missa do enterro em Calcutá.

   A canonização de madre Teresa, embora já oficialmente pedida por algumas autoridades eclesiástica e pelo povo, demorará ainda algum tempo por causa da prudência que a Igreja reserva a tais casos, mas a sensibilidade do povo já a declarou santa. Isso já aconteceu com os grandes santos que compartilharam a vida sofrida do povo, como são Francisco de Assis, por exemplo.

Rexhep Meldani, presidente da Albânia, país de origem de madre Teresa, recentemente saído da mais dura ditadura comunista, declarou que "madre Teresa foi um símbolo de bondade universal e a maior cidadã do mundo. Nesses tempos difíceis para o nosso povo albanês, seu nome e exemplo eram necessários como símbolo em que altos valores de tolerância e de solidariedade humana encontram abrigo". 

   Para um não católico, o reconhecimento assume um valor de grande testemunho dos ideais que madre Teresa viveu nesses conturbados tempos de intolerância racial, étnica e religiosa.

(Artigo publicado na revista MUNDO E MISSÃO de  NOVEMBRO/ DEZEMBRO de 1997)



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A POBREZA EM CALCUTÁ
Calcutá é a capital do Estado de Bengala ocidental, Índia.
População: 4.500.000 habitantes em seus limites municipais.
Em sua região metropolitana possui 14.112.000 de habitantes em 2011
sendo que cerca de três milhões vivem em favelas ou nas ruas. Mortalidade infantil: 25/1000.



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A Canonização de Madre Teresa de Calcutá







Madre Teresa foi canonizada pelo Papa Francisco em missa para 100 mil fiéis na Praça de São Pedro, em Roma. A cura milagrosa de um brasileiro, fez a Igreja decidir pela canonização. Madre Teresa é uma das figuras católicas mais conhecidas no mundo.

A Igreja Católica tem uma nova santa. Neste domingo, 4 DE SETEMBRO DE 2016, no Vaticano, Madre Teresa de Calcutá foi canonizada pelo Papa Francisco. O momento era muito esperado por católicos do mundo todo. Cerca de 120 mil pessoas acompanharam a cerimônia, realizada na Praça São Pedro

Na homilia, o Papa Francisco disse que é difícil chamar Teresa de santa, porque ela é tão próxima da população, que vai continuar a ser chamada de mãe, de Madre Teresa.

Na Praça São Pedro estavam presentes 13 chefes de Estado e de governo, freiras da congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, 1500 sem-teto de toda a Itália, e uma multidão de fiéis do mundo todo.

Quem também esteve presente foi Marcílio Haddad Andrino, junto com a esposa Fernanda e os filhos Mariana e Murilo. Em 2008, Marcílio foi diagnosticado com oito infecções no cérebro e hidrocefalia e, como ele não respondeu aos tratamentos, os médicos decidiram operá-lo. Mas no dia da cirurgia, ele acordou sem dor e não precisou do procedimento - a esposa dele tinha pedido a intervenção de Madre Teresa. Esse foi o segundo milagre atribuído à religiosa. O primeiro teria sido recebido por Monica Besra, uma indiana que foi curada de um câncer no abdômen.


O caminho para a canonização de Madre Teresa foi aberto pelo Papa João Paulo II, dois anos após a morte dela, em vez dos usuais cinco anos. Filha de pais albaneses, Madre Teresa nasceu em 1910 na região onde é, atualmente, a Macedônia. Tornou-se freira aos 16 anos e aos 19 mudou-se para a Índia. Em 1950, Madre Teresa fundou em Calcutá a Ordem Missionárias da Caridade. Morreu vítima de um infarto em 1997, aos 87 anos. A imagem deixada por ela foi de uma mulher que dedicou a vida aos pobres.




“Sem Deus somos demasiado pobres para ajudar os pobres”

O relato de um padre que se encontrou com a Madre Teresa de Calcutá. Lembro-me das palavras fortes e avassaladoras que a Madre Teresa dirigiu a um jovem sacerdote  Angelo Comastri, que é hoje Cardeal arcipreste da Basílica de São Pedro, em Roma. No seu livro ‘Dio scrive dritto’, diz coisas magníficas. Eis o relato desse encontro impressionante com a santa, que transcrevo com grande emoção:

Telefonei para a casa-mãe das Irmãs Missionárias da Caridade, para marcar um encontro com a Madre Teresa de Calcutá, mas a resposta foi categórica:

– Não é possível encontrar-se com a Madre, por causa dos compromissos que ela já tem.

Ainda assim, fui até lá. A irmã que me abriu a porta perguntou-me educadamente:

– O que deseja?

– Gostaria apenas de me encontrar durante uns instantes com a Madre Teresa.

Surpreendida, a irmã respondeu:

– Lamento, não é possível…

Não arredei pé, dando a entender à irmã que não me iria embora sem ver a Madre Teresa. A irmã afastou-se e voltou na companhia da Madre… Tive um sobressalto e fiquei sem palavras.

A Madre levou-me a sentar numa pequena sala perto da capela. Entretanto, recompus-me um pouco e consegui dizer:

– Madre, sou um padre muito novo; estou a dar os primeiros passos. Vim pedir-lhe que me acompanhe com a sua oração.

A Madre olhou para mim com doçura e ternura e depois, sorrindo, respondeu:

– Rezo sempre pelos sacerdotes. Rezarei também por ti.

Depois deu-me uma medalha de “Maria Imaculada”; colocou-a na minha mão e disse:

– Durante quanto tempo rezas, por dia?

Fiquei espantado, um pouco embaraçado. Depois, procurando lembrar-me, respondi:

– Madre, celebro todos os dias a Santa Missa, e rezo todos os dias o breviário; sabe, na nossa época, é uma prova heroica [corria o ano de 1969]! Também rezo todos os dias o terço e faço-o de boa vontade, porque aprendi a fazê-lo com a minha mãe.

A Madre Teresa apertou com as suas mãos rugosas o terço que trazia sempre consigo. Depois, fixando em mim os seus olhos cheios de luz e de amor, disse-me:

– Isso não chega, meu filho! Não chega, porque o amor não pode limitar-se ao mínimo indispensável; o amor exige o máximo!

Não compreendi logo aquelas palavras da Madre Teresa e, como que para me justificar, repliquei:

– Madre, estava à espera que me perguntasse que atos de caridade faço.

De repente, o rosto da Madre tornou-se muito sério e ela disse com voz firme:

– Achas que eu conseguiria praticar a caridade se não pedisse todos os dias a Jesus que enchesse o meu coração com o seu amor? Achas que poderia percorrer as ruas à procura dos pobres se Jesus não comunicasse à minha alma o fogo da sua caridade?

Senti-me então muito pequenino… E olhei para a Madre Teresa com admiração profunda e o desejo sincero de entrar no mistério da sua alma tão cheia de presença de Deus. Destacando cada palavra, ela acrescentou:

– Lê atentamente o Evangelho, e verás que Jesus, pela oração, também sacrificava a caridade. E sabes por quê? Para nos ensinar que, sem Deus, somos demasiado pobres para ajudar os pobres!

Nessa altura, víamos tantos sacerdotes e religiosos a abandonarem a oração para mergulharem – como eles diziam – no domínio social. As palavras da Madre Teresa pareceram-me um raio de sol e repeti lentamente cá dentro: Sem Deus somos demasiado pobres para ajudar os pobres!

(Cardeal Sarah in “A Força do Silêncio”. Via  Senza Pagare)


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Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!