Pertencer a Sociedade de São Vicente de Paulo ocasiona uma abertura aos problemas, quer nacionais ou internacionais, numa tomada de consciência da importância do sofrimento e da pobreza, e também, da nossa obrigação de cristãos, que há de consistir em trabalharmos pela renovação cristã da ordem temporal e por uma maior justiça.
Em sua mensagem, disse Frederico Ozanam: “A pobreza hoje em dia transborda”. “Haverá sempre sofrimentos que não poderão ser aliviados pelo Estado, mas sim pelos indivíduos. Na luta contra a pobreza extrema, ocupam os jovens um lugar privilegiado; porque trazem dentro de si vigor e frescor espiritual”.
A Sociedade de São Vicente de Paulo, durante o Concílio Vaticano II despertou para a necessidade de sua atualização aos tempos modernos e que isto acarretaria variadas mudanças de estruturas. Uma delas seria a da maior participação dos jovens na vida da Sociedade e para tanto, urgia arregimenta-los.
No Brasil, apesar do sistema de repressão instalado a partir de 1964, a juventude, principalmente a estudantil, passou a realizar uma série de manifestações através de passeatas, comícios e greves, ocasionando a manifestação de simpatias de certas correntes intelectuais que pregavam uma total reformulação da sociedade. Por outro lado, os mais moderados pregavam a seriedade dos estudos com professores competentes e participação dos alunos na vida universitária. Como contenção e freio desse movimento, o Congresso Nacional aprovava um projeto que extinguia a União Nacional dos Estudantes – UNE. Em protesto ao ato, alunos de filosofia recusavam a ouvir o Ministro da Educação.
A juventude era chamada de transviada. Participavam em todos os movimentos e eram utilizados no mundo moderno, para o bem ou para o mal.
A SSVP também precisava deles. Precisava de jovens que buscavam a verdade e a transparência e quisessem uma experiência de fé comprometida. Precisava de jovens que questionavam e incomodavam. Precisava de jovens maduros e com capacidade crítica. Enfim, jovens educados. Que procediam de ambientes, ainda que humildes, estruturados familiar e socialmente em condições de equilíbrio para encorajar o jovem a lutar pela sua própria realização como ser humano. Jovens equilibrados nascem em meios equilibrados. Não são improvisados em casas de saúde ou reformatórios.
Então, através de diversos meios, a SSVP passou a ser apresentada aos jovens como uma entidade sólida, organizada, confiável, transparente e cuja atuação, em mais de cem países, mostrava à todos ser ela, verdadeiramente, a Caridade em Ação.
E muitos jovens quiseram conhecer a SSVP e ingressaram nela, formando dezenas e dezenas de Conferências de Jovens, em muitos municípios do Estado de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e assim, espalhando-se para todo o território brasileiro.
Muita coisa foi-se aprendendo ao longo período de 1967 a 1990 e, entre outras, descobrimos que para compreender e entender a juventude era preciso acreditar nos jovens, acreditar na sua capacidade de realização e no seu amor a causa, isto é, a entrega a um grande ideal. Jovens que se podia contar com eles sempre, a qualquer hora, não importando o trabalho. O importante era servir com vontade, alegria e disposição de aprender e partilhar.
E surgiram as amizades, grandes amizades; amizades inteligentes, comprometidas e generosas. Pois é a participação desses jovens que atuaram nas Conferências e Comissões de Jovens que quero reverenciar, registrando em livro, um pouco do muito que fizeram para a atualização e expansão da Sociedade de São Vicente de Paulo, no Estado de São Paulo e, em sequência no Brasil.
É o rosto jovem da Sociedade de São Vicente de Paulo.
Coleção Vicentina N° 48
Edição ano de 2014
Formato: 12,5 x 18,5
N° de páginas: 335
Preço: R$. 15,00
Informações e Pedidos para:
Conselho Metropolitano de São Paulo
Rua da Consolação, 374, São Paulo - SP
Tel.: (11) 3120-5549 ou (11) 3259-6044
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