1º DOMNGO DO ADVENTO

Marcos 13,33 – 37

Ficai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo. Será como um homem que, partindo de uma viagem, deixa a sua casa e delega sua autoridade aos seus servos, indicando o trabalho de cada um, e manda ao porteiro que vigie. Vigiai, pois, visto que não sabeis quando o senhor da casa voltará, se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que vindo de repente, não vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: vigiai!

Comentário

Já é hora de acordar! Eis o apelo de Jesus no Evangelho que inaugura este tempo do Advento. Uma nova aurora surge no horizonte da humanidade, trazendo a esperança de um novo tempo de um mundo renovado pela força do Evangelho. Neste tempo de graça, somos convocados a sair do torpor de uma prática religiosa inócua, a acordar do sono dos nossos projetos pessoais vazios e egoístas. Despertos e vigilantes, somos convidados a abraçar o projeto de Deus que vem ao nosso encontro, na espera fecunda do Tempo do Advento, temos a chance de reanimarmos em nós e os compromissos assumidos em favor da construção do Reino, reavivando as forças adormecidas, para a construção de uma humanidade nova, livre das trevas do sofrimento, da marginalização e da morte.

Frei Sandro Roberto da Costa, OFM - Petrópolis/RJ

2º DOMINGO DO ADVENTO

Marcos 1,1 – 8

Conforme está escrito no Profeta Isaias: Eis que envio meu anjo diante de ti: Ele preparará teu caminho. Uma voz clama no deserto: Traçai o caminho do Senhor, aplainai suas veredas (Mt 3,1); Is 40,3). João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados. E saiam para ir ter com ele toda a Judéia, toda Jerusalém, confessando os seus pecados. João andava vestido de pelo de carneiro e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel Sivestre. Ele pôs-se a proclamar: “depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado. Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo”.

Comentário

“Preparai o caminho do Senhor, aplainai as suas veredas”. Clamando pelo deserto, João Batista nos indica que procurar viver conforme a Boa-Nova que Jesus nos trouxe não se trata, simplesmente, de viver dentro de um sistema religioso com certas práticas que nos identificam com tais. Talvez ele queira nos indicar que a fé, antes de tudo é um percurso, uma caminhada, onde podemos encontrar momentos fáceis e difíceis, dúvidas e interrogações, avanços e retrocessos, entusiasmo e disposição, mas também cansaço e fadiga. No entanto, o mais importante é que nunca deixemos de caminhar, pois o caminho se faz caminhando. Boa caminhada de Advento e preparação!

Frei Diego Atalino de Melo

sábado, 29 de junho de 2019

16. QUEM É JESUS?









Quem é jesus?


Jesus dirige-se diretamente aos Apóstolos - porque é isto que mais lhe interessa - e pergunta:
«E vós, quem dizeis que eu sou?».

Imediatamente, em nome de todos, Pedro responde: «o Cristo de Deus» {v. 20}, ou seja: Tu és o Messias, o Consagrado de Deus, por Ele enviado para salvar o seu povo segundo a Aliança e a promessa. Assim, Jesus dá-se conta de que os Doze e em especial Pedro receberam do Pai o dom da fé; e por isso começa a falar-lhes abertamente - assim diz o Evangelho: "abertamente" - daquilo que o espera em Jerusalém: "É necessário que o Filho do Homem - diz - padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite no terceiro dia" {v. 22}.

Hoje, aquelas mesmas perguntas são repropostas a cada um de nós:
"Quem é Jesus para as pessoas do nosso tempo". Mas a outra é mais importante: "Quem é Jesus para cada um de nós?". Para mim, para ti, para ti, para ti ... ? Quem é Jesus para cada um de nós? Somos chamados a fazer da resposta de Pedro a nossa resposta, professando com alegria que Jesus é o Filho de Deus, a Palavra eterna do Pai que se fez homem para redimir a humanidade, derramando sobre ela a abundância da misericórdia divina. O mundo precisa mais do que nunca de Cristo, da sua salvação, do seu amor misericordioso.

 Muitas pessoas sentem um vazio ao seu redor e dentro de si - talvez, às vezes, até nós - e outras vivem na inquietação e na insegurança por causa da precariedade e dos conflitos. Todos nós temos necessidade de respostas adequadas às nossas interrogações, às nossas perguntas concretas.

Em Cristo, somente nele, é possível encontrar a paz verdadeira e o cumprimento de todas as aspirações humanas. Jesus conhece o coração do homem como ninguém. É por isso que o pode curar, instilando-lhe vida e consolação.

Depois de ter concluído o diálogo com os Apóstolos, Jesus dirige-se a todos dizendo: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me" {v. 23}. Não se trata de uma cruz ornamental, nem de uma cruz ideológica, mas da cruz da vida, da cruz do próprio dever, da cruz do sacrifício pelo próximo com amor - pelos pais, pelos filhos, pela família, pelos amigos e até pelos inimigos - da cruz da disponibilidade a sermos solidários com os pobres e a com- prometer-nos a favor da justiça e da paz. Quando assumimos esta atitude, estas cruzes, perdemos sempre algo. 

Nunca devemos esquecer-nos que "quem perder a própria vida [por Cristo], vai salvá-la" {v. 24}. Trata-se de um perder para ganhar. E recordemos todos os nossos irmãos que ainda hoje põem em prática estas palavras de Jesus, oferecendo-lhes o seu tempo, o seu trabalho, o seu cansaço e até a sua vida para não negar a própria fé em Cristo. 

Mediante o seu Espírito Santo, Jesus dá-nos a força de ir em frente no caminho da fé e do testemunho: fazer aquilo em que cremos; não dizer uma coisa e fazer outra. E ao longo deste caminho Nossa Senhora está sempre próxima de nós e precede-nos: deixemo-nos pegar pela sua mão, quando atravessamos os momentos mais obscuros e difíceis.
                              
                                                                                                                      Papa Francisco
                                                                                                                                                                                                        Angelus, 19.06.2016







sexta-feira, 28 de junho de 2019

7. FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO








Festa de São Pedro
e

São Paulo





A solenidade de são Pedro e de são Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis.


E mais: depois da Virgem Santíssima e de são João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.


Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia, nem quanto ao ano desses martírios.


A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma, durante a perseguição de Nero.


Há outras raízes ainda envolvendo a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. São Pedro e são Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os "Pais de Roma". Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue "fundaram" a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre.


São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.


São Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos Gentios".


São Pedro e são Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre.

Fonte: Site da Arquidiocese de São Paulo


sábado, 15 de junho de 2019

12. OZANAM, DEFENSOR DA FÉ







Ozanam, Defensor da Fé


Não se pode negar que houve um instante na Vida de Ozanam em que ele chegou pelo menos a pensar que duvidara de sua fé: ele próprio o confessou várias vezes. Quando foi, qual a profundidade dessa dúvida?

Como já vimos, Ozanam, em janeiro de 1830, já revelava em uma carta a seu amigo Materne haver superado a crise. Ele não havia completado dezessete anos de idade. Isto já nos conduz a situar a época da crise no período entre 1823 e 1830, durante o qual Ozanam foi aluno do colégio real de Lyon.

Em fins de 1830, conheceram-se Ozanam e Leôncio Curnier em um curso de desenho. Tal conhecimento transformou-se em uma profunda e duradoura amizade. A admiração de Curnier por Ozanam foi tal que o levou a escrever um livro, "A Juventude de Ozanam" que Curnier dedicou a seus filhos, apontando-lhe Ozanam "como um modelo que eles deveriam esforçar-se por imitar" afim de "premuni-los contra os perigos de um mundo  frequentemente incrédulo ou cético e de preservá-los dos tristes resultados da sua influência, mostrando-lhes o que foi e o que pode fazer no século décimo nono, um jovem cristão não menos esclarecido que fervoroso".

Tão profunda foi essa amizade entre Ozanam e Curnier, que anos depois, a este escrevia Ozanam: "Não estou contente comigo mesmo, mas encontro em mim algo que não me desgosta: é a necessidade de amar, de ter e conservar irmãos que me estimam. Quando então a amizade formou-se, por  assim dizer, espontaneamente, por um concurso de circunstâncias imprevistas, pela vontade de Deus, que se serviu dessas circunstâncias para aproximar dois homens, então mais preciosa ainda me parece essa amizade, e, de algum modo, sagrada. Tal é a que se estabeleceu entre nós, faz seis anos, e que nem o tempo nem a distância arrefeceram." (carta de 9 de março de 1837).

Curnier, em seu livro, descreveu bem como se iniciou essa amizade, em página admirável na qual se rememora o estado de espírito dos jovens da época.

"O acaso, ou melhor, a Providência (porque nunca para mim o acaso mereceu melhor esse nome divino) nos colocou um ao lado do outro. Nós nos encontrávamos rodeados de jovens que haviam sofrido, uns mais outros menos, a influência nefasta das paixões ante religiosas do momento, e que se deleitavam em achincalhar as coisas santas. Ah! eram eles mais dignos de lástima que de censura, porque eles insultavam e ridicularizavam o que não conheciam. Esses incessantes ataques a uma religião, objeto do nosso respeito e do nosso amor, esses ultrajes e essas blasfêmias às quais se misturavam às vezes deploráveis testemunhos de uma corrupção que não esperava o número de anos, repercutiam dolorosamente no fundo de nossas almas; mas na presença desse desbordamento de impiedade e no estado de efervescência em que se encontravam os espíritos, nós não ousávamos, nos sentindo isolados, protestar de outro modo senão por um silêncio desaprovador e por uma atitude cheia de tristeza; éramos aliás combatidos entre a indignação e a piedade. Esse silêncio e essa atitude que cada um de nós havia notado no outro, tinham já, de si mesmas, em tal meio e em tal momento, um significado sobre o qual nós não podemos nos enganar : havíamos compreendido, antes de haver trocado uma palavra, que havia entre nós uma certa comunhão de sentimentos. Um dia, o escândalo foi tão longe que, sem nada havermos combinado, elevamos os dois a voz, por um movimento espontâneo, para vingar nossa fé ultrajada. Vimos então claramente que nossos espíritos pairavam nas mesmas regiões, que pertencíamos ao mesmo campo, que marchávamos sob a mesma bandeira e a partir desse dia ficamos unidos por laços de uma simpatia que não demorou em transformar-se em uma verdadeira amizade. O futuro professor da Sorbonne apertou a mão do aprendiz industrial e este foi-lhe fiel até o fim. Assim nasceu de uma boa ação essa doce atração de uma alma por uma alma e que tem o suave nome de amizade".

Descreve então Curnier a atitude de Ozanam nesse episódio:

"Ozanam foi admiravelmente inspirado nesse dia: falou com fogo e soube impor-se aos blasfemadores que curvaram a cabeça sem responder. É possível que ele tenha tido a felicidade de despertar neles alguns remorsos, nesses refolhos escondidos onde vão refugiar-se nossos bons instintos, quando a incredulidade nos atinge. Parece-me ver ainda a sua fisionomia, que me havia parecido até então pouco animada, pouco expressiva e denunciando tanta timidez, transformada de repente por uma emoção há muito contida e refletindo sua chama interior. Fiquei impressionado pela firmeza com que confessava sua fé, e o que me impressionou não menos vivamente, é que não saíra de sua boca uma só palavra de ofensa".

"Esse protesto pôs fim ao suplicio que nos infligiam diariamente jovens insensatos; tornaram-se dai por diante mais reservados nos seus propósitos, tão grande é o império de uma convicção sincera nobremente sustentada! Se eu participava nessa ocasião da honra da iniciativa, Ozanam somente teve a honra do sucesso! Foi aquele como que um primeiro cumprimento da promessa que ele havia feito a Deus, e como um primeiro triunfo na defesa da verdade à qual ele devotaria sua vida!"

Curnier havia também sofrido a influência das ideias daquele tempo. Ele narra o estado de espírito em que se encontrava e como também venceu a crise que o assaltava.

"Quando Deus me deu Ozanam por amigo, eu era muito jovem, entregue a mim mesmo, longe do lar paterno, em uma grande cidade onde mil perigos me rodeavam. Em meio ao ceticismo que reinava em toda parte nessa época, a chama sagrada que acendera em mim uma mãe cristã, estava por se extinguir, e eu sentia, ao enfraquecimento da minha fé, que eu me aproximava do instante em que a única força capaz, nessa idade, de se opor ao chamamento das paixões, me faltaria totalmente. Ozanam apareceu felizmente no meu caminho para me reter nas bordas do precipício. Operou-se em mim, à sua aproximação, uma súbita reviravolta. As sombras que começavam a obscurecer a minha inteligência, se dissiparam. O sentimento religioso reanimou-se e retomou seu domínio; resolvi ficar firme no caminho do qual correra o risco de me afastar. É assim que fiquei devedor ao perfeito modelo que tinha diante dos olhos o não perder, com a minha crença, o mais precioso de todos os bens. Estava no destino de Frederico Ozanam o preservar muitos jovens dos ataques da incredulidade pelo seu exemplo. Eu fui talvez o primeiro que ele salvou do naufrágio".

A dúvida que começara a perturbar o espírito de Cumier, teria sido a mesma que tanto fizera sofrer Ozanam? Parece que não. A crise por que passara Ozanam era de ordem puramente intelectual. Os ataques contra os fundamentos da religião, que para ele se apresentavam antes como inabaláveis, indestrutíveis, levaram-no à leitura de tudo quanto ao seu alcance estava, sem proporcionar-lhe a plena satisfação que buscava. Foi ai que ele pensou estar duvidando até mesmo da sua própria existência.

Foi o padre Noirot que "pôs ordem e luz" nos pensamentos de Ozanam, e este desde então passou a crer com fé inquebrantável, prometendo a Deus devotar seus dias a serviço da verdade que lhe dava paz.

Ao padre Noirot ficou pois Ozanam devedor do reencontro da segurança da sua fé, e com ela a satisfação de a defender, comentou Georges Goyau, que esclarece ter sido nas aulas de retórica que Ozanam, de tanto ouvir falar de incrédulos e de incredulidade, começou a perguntar a si mesmo porquê acreditava.

O padre Noirot, professor de filosofia no colégio de Lyon que Ozanam frequentava, era tido então na mais alta conta pelos ecléticos, à ponto de Vitor Cousin, que se comprazia nas ironias atiradas aos padres, chamá-lo de primeiro professor de filosofia da França. A reitoria da Universidade livre de Paris foi até oferecida ao padre Noirot, e por este recusada, já no ocaso de sua vida.

Não seria, porém o sistema filosófico pregado pelo padre Noirot que teria influído decididamente sobre o espírito de Ozanam. O que ele era, realmente, segundo Sarcey, um extraordinário "plasmador de almas". A sua pessoa agia mais que seu sistema; a familiaridade de sua alma, comenta Goyau, tinha mais ação que suas lições; a celebridade do seu professorado permitiu mesmo, já que o padre Noirot nada escrevera, a dois de seus alunos de falar de uma "escola lyoneza, a qual, segundo Heinrich, um desses alunos, "seria inapreensível se quisesse debater com ela os artigos do seu credo, mas, prevaleceria se tratasse de adquirir o hábito de um método sábio, do gosto pelas ideias claras, de um poderoso espírito de análise, de um profundo sentimento do bem intelectual e moral que deve ser proporcionado aos nossos semelhantes, e de uma fé refletida nos dogmas do cristianismo".

"Todo o aluno que saísse das mãos do padre Noirot, escreveu Sarcey, era facilmente reconhecível. Havia na escola um pequeno grupo de católicos de muita convicção, muito ardorosos; a maior parte haviam sido formado por ele".

Ozanam foi um discípulo dileto do padre Noirot ... Ambos se compraziam em longos passeios pelos arredores de Lyon. As conversações entre ambos, nessas ocasiões, firmaram na alma do jovem a vocação de crente e nela suscitaram a vocação do apóstolo. Foi sob o olhar de um mestre sagaz, diz Goyau, que findou a crise intelectual de Ozanam adolescente; essa crise, em lugar de matar o crente fez nascer o apologista; e o ter passado por ela, foi para Ozanam um benefício!

Tais passeios terminavam geralmente com uma visita ao Santuário de Nossa Senhora de Fourvieres. Ali juntos oravam diante do altar da Virgem, que ouviu sua súplica. Qual a alegria do Padre Noirot em ver Ozanam convertido para sempre em um irredutível filósofo cristão.

Ozanam tinha então quinze anos de idade.

Exaltando a figura do padre Noirot, dele disse o padre Lacordaire no panegírico de Ozanam: "Durante vinte anos, em uma época em que a filosofia cristã tinha tão poucos mestres, um homem modesto e que nada escreveu, o padre Noirot, conduzia pelos caminhos sérios da razão uma multidão de jovens espíritos dos quais Ozanam foi o maior, mas dos quais muitos atingiram como ele a celebridade, e todos, em diferentes etapas de sua vida, atribuem ao seu mestre comum a inquebrantável lucidez da sua fé".

Tivéssemos tido nós, quando jovens, tivesse a juventude dos tempos atuais, diretores espirituais do porte de um padre Noirot!

A integridade e pureza da fé em Ozanam não podem ser postas em dúvida. A crise, passageira, logo vencida, na sua adolescência, não atingira as raízes em que sua fé fora assentada.

A filosofia de Saint-Simon que seus adeptos andavam pregando em Lyon, e que era uma das causas de temível perturbação nos espíritos dos jovens da época, começaram a ser refutadas por Ozanam. Duas notas apenas publicadas por Ozanam no jornal "O Precursor", de Lyon, em 1830, foram suficientes para fazer calar tais pregadores, que, prometendo dias depois uma resposta, no jornal "O Globo", se acovardaram e calaram-se.

A refutação de Ozanam foi o germe de sua obra "Reflexões sobre a doutrina de Saint-Simon", que veio a luz em 1831, quando Ozanam atingia os 18 anos.

No "post-scriptum" do original dessa obra escreveu Ozanam: "Para mim, pareceu-me que minhas primeiras ideias, recebendo um conveniente desenvolvimento, poderiam ser de alguma utilidade; foi o que me levou a publicar este opúsculo. Muito feliz se estas linhas pudessem reconduzir a calma em alguma alma agitada pela dúvida, ou reacender o fogo sagrado da religião e da ciência em algum desses corações que o sopro da indiferença gelou".

São as seguintes as palavras com que Ozanam encerrou as suas "Reflexões":

"Por muito tempo desoladoras máximas de egoísmo e de indiferença pesavam sobre nossa bela Pátria. A critica, em lugar de se dirigir para uma conscienciosa investigação da verdade, não havia alcançado outro resultado senão o desencorajamento dos espíritos e a corrupção dos costumes. Mas há no caráter francês suficiente nobreza e energia. para não permitir uma completa desorganização moral. Já as ciências coraram da sua própria degradação ; a filosofia cessou de seu ateísmo; numerosos esforços foram feitos para alcançar doutrinas mais elevadas, e já o sucesso as coroa".

"Sim, ela reflorescerá a velha terra de França, ela ainda se revestirá dessa antiga pureza de costumes que se acreditara haver perdido para sempre; ela se revestirá da sabedoria das suas instruções e da tríplice glória das ciências, das artes, da indústria. Essa obra é para vós, jovens. Experimentastes todo o vácuo dos prazeres físicos; uma necessidade imensa faz-se sentir em vossas almas; conhecestes que o homem não vive só de pão, tivestes fome e sede da verdade e da justiça, procurastes esse alimento nas escolas filosóficas, correstes para as lições dos modernos apóstolos, e nada disso encheu vossos corações. Eis que a religião dos vossos pais veio oferecer-se à vos, as mãos cheias. Não desviai vossos olhares porque ela é generosa e jovem como vós. Ela não envelheceu nada com o mundo: sempre nova, ela voa à frente do progresso do gênero humano; ela se põe à sua frente para conduzi-lo à perfeição".

 "E vós, fiéis amigos da fé, que chorastes como Jeremias sobre as ruínas de Jerusalém, enxugai as vossas lágrimas e não vos aflijais. Ouvistes o estrondear da tormenta e vos abraçastes, trêmulos, às colunas do templo, mas a tempestade cessou. Se a terra treme ainda sob os vossos pés, são os últimos abalos que se fazem sentir; já ao longe se levanta a aurora dos lindos dias, e a religião, apoiada agora não mais sobre um cetro frágil, nem sobre tronos em ruínas, mas sobre os braços fortes da ciência e das artes, vai avançar como uma rainha para os séculos vindouros".

"Assim se desenvolviam aos meus olhos essas grandes verdades; pensamentos cheios de consolações e de esperanças se me apresentavam, e eu sentia premido por dizer o que minha alma experimentava. Eu sei que minha linguagem é fraca, e meu espírito muito débil ainda: e não é de um homem de dezoito anos que se pode esperar obra perfeita. Se falhei, se algumas inadvertências me escaparam, os atribuís, ó leitores, não a mim, mas à minha juventude e à minha fraqueza... e, se eu vos pareço ter dignamente sustentado a luta, sabei então quanto poderão os próprios católicos quando seus filhos  não temerem de entrar na luta".

Era a alma de Ozanam que se abria e revelava a dor que sentira em face da negação da verdade e não desejava que outros por ela fossem atingidos.     
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Não escapou Ozanam à sanha dos inimigos da religião.

Permitam-me que lhes narre sucintamente um episódio ocorrido em 1850, três anos antes de sua morte. Ele se destaca na carta a Duffieux de 14 de julho daquele ano e pode ser assim resumido:

"O jornal "O Universo" provocava desde algum tempo a Ozanam repreendendo-o pela amizade que tinha por Ballanche e Chateaubriand, querendo levá-lo a dar sua opinião na polêmica que então se travava sobre a Inquisição. Colocado em situação de não poder deixar de manifestar-se à respeito, respondeu que não concordava com os redatores do jornal. Então, um leigo, sem autoridade, sem atribuições, que se escondia no anonimato, acusou-o de haver, por covardia, por interesse, traído a causa comum e de ter renegado o dogma do inferno. Seu amigo Duffieux se alarmou e escreveu-lhe. Ozanam respondeu-lhe em tom vibrante, doloroso, fazendo sua própria justificação e sua profissão de fé. "Certamente, escreveu Ozanam, eu não sou mais que um pobre pecador diante de Deus; mas Deus não permitiu ainda que eu tenha deixado de crer nas penas eternas; é falso que eu tenha deixado ele crer, que eu tenha renegado, que eu tenha dissimulado, atenuado qualquer artigo de fé. E na carta seguinte ao mesmo Duffieux ele dizia: "Se divergimos quanto à apreciação de alguns escritores, como Ballanche e Chateaubriand, entendemo-nos perfeitamente quanto aos princípios. Cremos ambos que nada é mais perigoso que tomar insípido o cristianismo, nele procurando apenas belezas amenas e lisonjeiras à nossa delicadeza. Acho mesmo que muitas almas jovens se perderam por lhes ter sido dada uma educação muito pouco consistente, não as tendo preparado nem para as lutas nem para os sacrifícios".

Não quero fatigar mais a vossa atenção. Aqui voltarei, se o permitirdes, para continuar a examinar aspectos vários da integridade e pureza da fé de Frederico Ozanam e do seu ardor em defendê-la.

                                                                               Cfd. JOSÉ AMADEI

terça-feira, 11 de junho de 2019

8. O AMOR DE CRISTO DEVE SER PARTILHADO





                                 
                                     Papa Francisco

"A presença de Jesus vivo na Eucaristia é como uma porta, uma porta aberta"
A festa de Corpus Christi nos ensina a tornar-nos mais acolhedores e disponíveis aos que buscam compaixão, auxílio, encorajamento, e se encontram marginalizados e sozinhos. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus este domingo (03/06/2018) ao rezar a oração mariana com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

O Santo Padre lembrou que este domingo se celebra em muitos países, entre os quais a Itália, a festa de Corpus Christi, dedicando a alocução que precedeu a oração mariana ao significado desta solenidade. 

Retomando as palavras do Evangelho do dia, pronunciadas por Jesus na Santa Ceia com seus discípulos: “Tomai, este é o meu corpo”. Depois, “Este é o meu sangue da aliança, que é derramado por muitos”, o Pontífice ressaltou que em força deste testamento de amor, a comunidade cristã se reúne todo domingo, e todo dia, em torno da Eucaristia, sacramento do Sacrifício redentor de Cristo. “E através da sua presença real – acrescentou – os cristãos o adoram e o contemplam através do humilde sinal do pão que se tornou o seu Corpo”. 

Toda vez que celebramos a Eucaristia, mediante este Sacramento tão sóbrio e, ao mesmo tempo, tão solene, fazemos experiência da Nova Aliança, que realiza plenamente a comunhão entre Deus e nós. E enquanto partícipes desta Aliança, nós, mesmo pequenos e pobres, colaboramos para edificar a história como quer Deus. 

Por isso, continuou Francisco, “toda celebração eucarística, ao tempo em que constitui um ato de culto público a Deus, evoca a vida e as vicissitudes concretas da nossa existência. Ao mesmo tempo em que nos alimentamos do Corpo e Sangue de Cristo, somos assimilados a Ele, recebemos em nós o seu amor, não para detê-lo ciosamente, mas para partilhá-lo com os outros”. Esta é a lógica eucarística. Nela contemplamos Jesus pão partilhado e doado, sangue derramado para a nossa salvação. 

É uma presença que como fogo queima em nós as atitudes egoístas, nos purifica da tendência a dar somente quando recebemos, e acende o desejo de fazer-nos também nós, em união com Jesus, pão partilhado e sangue derramado pelos irmãos. 

A festa de Corpus Christi “é um mistério de atração a Cristo e de transformação n’Ele. E é escola de amor concreto, paciente e sacrificado, como Jesus na cruz”. A presença de Jesus vivo na Eucaristia é como uma porta, uma porta aberta entre o templo e a estrada, entre a fé e a história, entre a cidade de Deus e a cidade do homem. 

Francisco ressaltou ainda que as procissões com o Santíssimo Sacramento são expressões da piedade eucarística popular, que se realizam nesta solenidade em vários países, destacando em seguida a celebração da missa na parte da tarde deste domingo na localidade Ostia – litoral romano – com a procissão com o Santíssimo Sacramento, convidando todos a participar, também espiritualmente, através do rádio e da televisão. 

Na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes, Francisco lembrou a beatificação, no sábado (02/06), em Nápoles, da fundadora das Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração, Irmã Maria Crucificada do Amor Divino, filha espiritual de Pe. Pio. 

Além do novo premente apelo em favor da paz na Nicarágua, saudou também os fiéis reunidos em Sotto il Monte, com o bispo de Bergamo – norte da Itália – no aniversário da morte de São João XXIII, cujos restos mortais encontram-se estes dias naquelas terras. Francisco fez votos de que tal peregrinação possa suscitar em todos generosos propósitos de bem.


Vatican News     | Jun 03, 2018




18. MARIA, ÍCONE DA RESSURREIÇÃO




Maria, Ícone da Ressurreição!


 A reflexão do Papa na Audiência geral de quarta-feira, (23/03/2016), foi sobre o Tríduo Pascal no Jubileu da Misericórdia. Momentos fortes que “nos permitem entrar sempre mais no grande mistério da nossa fé: a Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo”, disse Francisco.


“O Mistério que veneramos nesta Semana Santa é uma grande história de amor que não conhece obstáculos”, reiterou o Pontífice. 


Provações

“A Paixão de Jesus dura até o fim do mundo, porque é uma história de partilha com os sofrimentos de toda humanidade e uma permanente presença nos acontecimentos da vida pessoal de cada um de nós. Em síntese, o Tríduo Pascal é o memorial de um drama de amor que nos dá a certeza de que nunca seremos abandonados nas provas da vida”.

Ao recordar que na Quinta-feira Santa Jesus institui a Eucaristia, antecipando na última ceia o seu sacrifício no Gólgota, o Papa disse que a “Eucaristia é amor que se faz serviço. É a presença sublime de Cristo que deseja alimentar cada um de nós, sobretudo os mais necessitados”:

Tríduo

“Não somente. No doar-se a nós como alimento, Jesus atesta que devemos aprender a dividir com os outros este nutrimento para que se transforme em uma verdadeira comunhão de vida com os mais necessitados. Ele doa-se a nós e nos pede que permaneçamos n’Ele para fazer o mesmo”, destacou Francisco.

O Papa descreveu a Sexta-feira Santa como o momento culminante do amor que abraça a todos sem excluir ninguém. “A morte de Jesus, que na cruz se abandona ao Pai para oferecer salvação ao mundo inteiro, exprime o amor doado até o fim, sem fim”: “Se Deus nos demonstrou seu amor supremo na morte de Jesus, então também nós, regenerados pelo Espírito Santo, podemos e devemos amar uns aos outros”, disse o Pontífice.

O silêncio de espera de Nossa Senhora

O Sábado Santo é o dia do silêncio de Deus, quando “Deus se cala, por amor”: “Deve ser um dia de silêncio. Devemos fazer de tudo para que para nós seja um dia de silêncio como foi naquele tempo, o dia do silêncio de Deus”, reforçou o Papa.

“No Sábado Santo, nos fará bem pensar ao silêncio de Nossa Senhora, a crente que, em silêncio, esperava pela Ressurreição. Nossa Senhora deverá ser o ícone daquele Sábado Santo. Pensar tanto em como Nossa Senhora viveu aquele Sábado Santo, esperando...”.

Para viver este silêncio durante o grande mistério de amor e de misericórdia, Francisco citou a experiência de uma jovem pouco conhecida, Juliana de Norwich, que teve uma visão da paixão de Cristo na qual Jesus afirmou que, se pudesse, teria sofrido ainda mais por ela:
“Este é o nosso Jesus, que diz a cada um de nós: se pudesse sofrer mais por você, o faria”, concluiu o Papa. (rb)


sábado, 1 de junho de 2019

6. SÃO FRANCISCO REGIS CLET



São Francisco Regis Clet



Francisco Regis Clet, juntamente com outros 119 Beatos mártires mortos na China, foi canonizado no dia 1º de outubro do Ano Jubilar 2000.

Nascimento à vida e à Congregação
Regis Clet nasceu em Grenoble (França), no dia 19 de agosto de 1748. Aos 21 anos ingressou na Congregação da Missão. Foi ordenado sacerdote em 1773. Foi professor de Teologia no Seminário Maior de Annecy durante quinze anos. Era admirado por sua grande bondade e cultura; chamavam-no de “biblioteca viva”. Foi nomeado Diretor de Noviços na Casa Mãe – Paris, em 1788. Um ano depois, começava a Revolução Francesa. Foi obrigado a sair da França e pediu para ser enviado em missão à China.


Trabalho missionário e martírio
Durante 30 anos, evangelizou nas grandes províncias de Kiong-Si, Hou-Pe e Ho-Nan com grande entusiasmo. Uma violenta perseguição aos cristãos obrigou-o a fugir de sua pobre casa. Traído por um cristão apóstata, em  volta   de   30 moedas,  foi  submetido  a  uma  infinidade  de  maus  tratos  e  sofrimentos,  os quais suportou sem a menor queixa. Foi condenado à morte por estrangulamento. Pregado a uma cruz, a sentença foi executada no dia 18 de fevereiro de 1820. Quase 50 anos mais tarde, suas relíquias foram conduzidas à Casa Mãe – Paris, onde atualmente descansam frente às relíquias de seu coirmão missionário, São João Gabriel Perboyre, martirizado também na China dez anos mais tarde (canonizado quatro anos antes, em 1996).


A herança missionária e vicentina
O espírito missionário de São Francisco Regis Clet faz parte da rica herança missionária deixada por São Vicente aos seus filhos. Propunha-lhes como modelo a São Francisco Xavier. O mesmo São Vicente quis ir à China. Não pôde concretizar tal objetivo, mas estimulou os seus missionários a empreender tal viagem.


Os primeiros missionários da Congregação da Missão chegaram à China exatamente depois de haver sido promulgado o decreto conhecido como o “Direito da Tolerância”, datado do ano de 1962. Tarefa prioritária: abrir um seminário para a formação do clero nativo. A supressão da Companhia de Jesus – em 1773 – motivou a segunda chegada dos missionários da Congregação da Missão à China (em 1785), seguindo os passos dos jesuítas. Um deles escreveu (1788): ” Os nossos sucessores, os missionários da Congregação da Missão, são homens honrados, excepcionais em virtude, talento e requinte.

Breves observações históricas
A Revolução Francesa fez desaparecer a Congregação da Missão na França (1789). As missões na China receberam tal contingente. Os Filhos de São Vicente fundaram vários seminários diocesanos e um noviciado para a congregação, que chegou a contar com vinte sacerdotes e dois irmãos nativos.


Em 1881, o Imperador expulsou todos os sacerdotes católicos de Pequim, com exceção de três padres da Congregação da Missão. que continuaram a trabalhar como professores. Também foi permitido a outros permanecer nas províncias, com a condição de que se abstivessem do exercício de qualquer tipo de apostolado.


São Francisco Regis Clet, São João Gabriel Perboyre e outros muitos companheiros de missão representam, para a Família Vicentina, o testemunho heroico de seu espírito missionário e seu grande amor ao povo chinês. Seguindo os seus passos, um grande número de missionários da Congregação da Missão foram gradativamente chegando à China a partir da Holanda, Bélgica, Polônia, Itália, Estados Unidos e Irlanda, durante o final do século XIX e princípios do século XX.
A inícios da República Chinesa (em 1911), a Congregação da Missão contava com um seminário menor na maioria dos seus catorze vicariatos, como também com três seminários maiores, somando um total de 260 estudantes de Teologia e 875 seminaristas menores. Chegaram a ser ordenados 675 sacerdotes, dos quais 450 foram membros da Congregação da Missão. Quando a Hierarquia Chinesa foi estabelecida (em 1946), vários bispos eram membros da Congregação da Missão e outros haviam-se formado em seus missionários.
Com o estabelecimento da República Popular, a situação da Igreja na China foi completamente alterada. Os missionários estrangeiros, acusados de ser inimigos do povo, foram expulsos (1949-52).


Os padres da Congregação da Missão chineses (mais de 150 na época) permaneceram na China de forma clandestina. Como se pode deduzir, pouco se sabe dos mesmos, mas o suficiente para assegurar que têm sido fiéis à sua vocação face a qualquer tipo de provação ou dificuldade.

Na atualidade 
Hoje há aproximadamente cinqüenta padres da Congregação da Missão em Taiwam e parece que quase uma dúzia com resistência na China Continental. Mais uma vez “o sangue dos mártires converte-se em semente de cristãos”.

Que o “senhor da messe”, pelos méritos de tantos intercessores como são os 119 mártires que são contados junto com o nosso coirmão SÃO FRANCISCO REGIS CLET, favoreça a tão desejada abertura da China à verdade de Jesus.

                                                                    Pe. Fernando Espiago, C.M.

SANTO DO DIA VICENTINO. SÃO REGIS CLET, ROGAI POR NÓS!