1º DOMNGO DO ADVENTO

Marcos 13,33 – 37

Ficai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo. Será como um homem que, partindo de uma viagem, deixa a sua casa e delega sua autoridade aos seus servos, indicando o trabalho de cada um, e manda ao porteiro que vigie. Vigiai, pois, visto que não sabeis quando o senhor da casa voltará, se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que vindo de repente, não vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: vigiai!

Comentário

Já é hora de acordar! Eis o apelo de Jesus no Evangelho que inaugura este tempo do Advento. Uma nova aurora surge no horizonte da humanidade, trazendo a esperança de um novo tempo de um mundo renovado pela força do Evangelho. Neste tempo de graça, somos convocados a sair do torpor de uma prática religiosa inócua, a acordar do sono dos nossos projetos pessoais vazios e egoístas. Despertos e vigilantes, somos convidados a abraçar o projeto de Deus que vem ao nosso encontro, na espera fecunda do Tempo do Advento, temos a chance de reanimarmos em nós e os compromissos assumidos em favor da construção do Reino, reavivando as forças adormecidas, para a construção de uma humanidade nova, livre das trevas do sofrimento, da marginalização e da morte.

Frei Sandro Roberto da Costa, OFM - Petrópolis/RJ

2º DOMINGO DO ADVENTO

Marcos 1,1 – 8

Conforme está escrito no Profeta Isaias: Eis que envio meu anjo diante de ti: Ele preparará teu caminho. Uma voz clama no deserto: Traçai o caminho do Senhor, aplainai suas veredas (Mt 3,1); Is 40,3). João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados. E saiam para ir ter com ele toda a Judéia, toda Jerusalém, confessando os seus pecados. João andava vestido de pelo de carneiro e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel Sivestre. Ele pôs-se a proclamar: “depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado. Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo”.

Comentário

“Preparai o caminho do Senhor, aplainai as suas veredas”. Clamando pelo deserto, João Batista nos indica que procurar viver conforme a Boa-Nova que Jesus nos trouxe não se trata, simplesmente, de viver dentro de um sistema religioso com certas práticas que nos identificam com tais. Talvez ele queira nos indicar que a fé, antes de tudo é um percurso, uma caminhada, onde podemos encontrar momentos fáceis e difíceis, dúvidas e interrogações, avanços e retrocessos, entusiasmo e disposição, mas também cansaço e fadiga. No entanto, o mais importante é que nunca deixemos de caminhar, pois o caminho se faz caminhando. Boa caminhada de Advento e preparação!

Frei Diego Atalino de Melo

sexta-feira, 24 de março de 2017

1. SANTA MARGARIDA E O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS





SANTA MARGARIDA MARIA E O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

No Apocalipse, São João nos diz: " Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher, vestida com sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas ... " (Apc.12-1)


Os estudiosos da Sagrada Escritura dizem que esta mulher personifica Nossa Senhora, mãe de Deus e da Igreja Católica, mas também podemos atribuir aos membros do Corpo Místico, esta comparação.

Ao celebrarmos a festa de Santa Margarida Maria, no dia 19 de outubro, podemos muito bem proclamá-la como a mulher privilegiada, por graça divina, do Apocalipse.

O culto do Sagrado Coração, hoje tão generalizado, se deve em grande parte, às revelações com que Santa Margarida Maria Alacoque foi honrada.

Filha de Cláudio Alacoque e de Filisberta Lamyn, Margarida nasceu em 1647, na cidadezinha de Lautecourt, na Borgonha, França. Era no dia 22 de julho, festa de Santa Maria Madalena, penitente. Fez sua primeira comunhão com nove anos de idade, em 1656 e o Sacramento do Crisma, recebeu aos 22 anos, em 1969.

Ingressou no convento "Mosteiro da Visitação" com 24 anos, no dia 20 de junho de 1671. Fez sua profissão religiosa no dia 06 de novembro de 1672, com 25 anos de idade.


Passado certo tempo, Nosso Senhor começou a aparecer-lhe de modo visível, não mais com os olhos da mente. Jesus lhe falava, animava-a consolava-a e às vezes repreendia-a, pelos defeitos.

A primeira revelação de Jesus à Margarida Maria, aconteceu aos 27 de dezembro de 1673, quando ela estava em adoração diante do Santíssimo Sacramento. Pedindo a Margarida o seu coração, tomou-o e colocou-o no seu Coração adorável e disse:

Aqui tens um precioso penhor do meu afeto. Encerro no teu peito uma centelha das chamas mais vivas do meu amor, para te servir de coração e consumir-te até o último momento. Até aqui, tiveste o nome de minha escrava; de hoje em diante, chamar-te-ás a discípula predileta do meu Coração.

A segunda revelação ocorreu no ano seguinte, ou seja, em 1674. Nosso Senhor, pediu-lhe duas coisas: primeira, que comungasse todas as primeiras sextas-feiras de cada mês, para reparar as injurias que recebia no Santíssimo Sacramento, e segunda, que se levantasse todas as semanas na noite de quinta para sexta-feira, e se prostrasse durante uma hora com o rosto para o chão, em expiação de todos os pecados dos homens.

A terceira revelação foi a 16 de junho de 1675 e neste dia Jesus pediu à Margarida que toda primeira sexta-feira do mês fosse realizada uma festa particular para honrar o Seu Coração e, todos que participassem da Santa Comunhão teriam em abundancia as riquezas do seu amor.

Esta é a revelação mais célebre, e que contém tudo o que concerne à devoção do Coração divino de Jesus: o seu princípio, que é o amor infinito de Deus pelos homens; o seu objetivo, que é o de oferecer um culto de reparação; o seu caráter, que é de ser um culto público, prestado por toda igreja; por fim, os seus efeitos, que consistem numa nova efusão de amor divino na Igreja.

A 21 de junho de 1686, a festa do Sagrado Coração foi celebrada pela primeira vez, na Visitação, e essa devoção foi se espalhando por toda a França.



Nosso Senhor, continuou a aparecer- lhe e instruía-lhe sobre a nova devoção. São doze as promessas do Sagrado Coração de Jesus aos homens: 

1- Conceder-lhe-eis todas as graças necessárias ao estado em que viverem.

2- Darei a paz a suas famílias.

3- Consola-los-ei nas aflições.

4- Ser-Ihes-ei refúgio em vida, especialmente na hora da morte.

5- Derramarei copiosas bênçãos sobre suas empresas.

6- Os pecadores acharão no meu Coração a origem e o oceano infinito das misericórdias.

7- Os tíbios tornar-se-ão fervorosos.

8- Os fervorosos subirão em breve a grande perfeição.

9- Abençoarei aqueles lugares em que for exposta e honrada a imagem do meu Coração.

10- Darei aos sacerdotes a força de mover os corações mais endurecidos.

11- 0 nome daqueles que propagarem esta devoção, será escrito no meu Coração e dele jamais será cancelado.

12-Concederei a todos aqueles que comungarem nas primeiras sextas-feiras de cada mês, nove meses seguidos, a graça do arrependimento final, pelo que eles não morrerão sem a minha graça e sem receber o Santíssimo Sacramento.

Margarida Maria faleceu no dia 17 de outubro de 1690, no momento em que o sino do convento tocava o "Ângelus". Ia-se da terra, onde vivera para Deus, com 43 anos de idade, para no céu viver eternamente perto do Coração que sempre venerara e propagara.

Deus glorificou-lhe a sepultura com muitos milagres e a devoção ao Sagrado Coração de Jesus difundiu-se e espalhou-se pelo mundo inteiro.

Pio XI aos 18 de setembro de 1864, proclamou Margarida Maria bem-aventurada beatificando-a e, aos 13 de maio de 1920, Bento XV elevou-a às honras dos altares, inscrevendo-a no Catálogo dos Santos.

Em 1765 o Papa autorizava a festa do Sagrado Coração de Jesus.
Aos 26 de junho de 1929, a festa de Santa Margarida Maria foi estendida a Igreja Universal.
Eis o grande sinal, a grande mulher que apareceu no céu aos 22 de julho de 1647 e que, após 350, está iluminando a humanidade com sua santidade cristã e pela devoção ao Sagrado Coração de Jesus.





1. Quem é Santa Margarida Maria?
É a humilde visitandina que foi constituída a "Evangelista do amor do Coração de Jesus Cristo". É aquela a quem foi concedido conhecer a força e a beleza do Coração de Jesus" no dizer do Papa João Paulo II. É a divulgadora:

  • Das primeiras sextas feiras do mês...
  • Da hora Santa...
  • Da "Consagração ao Sagrado Coração de Jesus".
É a "eleita" pelo próprio Coração de Jesus para difundir sobre a terra os "tesouros" da graça e misericórdia n'Ele encerrados, e dos quais, quer fazer participar todos os homens, por meio da "Sua Segunda Redenção" como Ele mesmo chama a devoção ao seu Sagrado Coração.

2. Quem é o Coração de Jesus?
    a. O Coração de Jesus é o Amor de Deus Pai que se torna visível no seu /filho Unigênito: "o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo, 1, 14).
     b. O Coração de Jesus é a Misericórdia: "ninguém te condenou"? Também eu não condeno. Vai e não voltes a pecar". (Jo, 7,11).
    c. "O Coração de Jesus é um abismo de misericórdia aonde os mais miseráveis, são os melhores recebidos" no dizer da mesma Santa Margarida Maria.
     d. O Coração de Jesus é a  Eucaristia: "Eu estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos". (Mt. 28,20). "Eu tenho uma sede enorme de ser amado pelos homens no Sacramento do meu amor - dizia o Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria. Por isto, os principais pontos da espiritualidade de Santa Margarida Maria são:

  • Cristo é o único mestre (será que vamos atrás de tantos outros mestres?).
  • É Jesus quem ensina a rezar (Margarida é nosso modelo).
  • Os apelos do Coração de Jesus. (O reino de Deus na terra dos homens).
3. Quais as crises do Século 20?
  1. O fenômeno do Secularismo
  • O mundo está sem Deus.
  • Deus já não é tão importante...
  • Deus não é tão necessário...
  • O homem está se colocando no lugar de Deus...
  • A ciência e tecnologia o faz sentir como Deus...
     2. A crise da família:
  • As sociedades industrializadas parecem rejeitar a instituição matrimonial como uma sociedade monolítica.
  • Um número crescente de jovens deixa de receber o sacramento do matrimônio.
  • A crise ética e política do mundo e do Brasil espalha a mentalidade de "descartável" que se aplica não não só a produtos, aos compromissos interpessoais e mesmo ao afeto, ao amor...
  • Há ainda os problemas do aborto, da esterilização em massa, da violência. A mulher e à criança... 
CONCLUSÃO
     Por isso mais do que nunca, com urgência: precisamos reimplantar o Coração de Jesus no peito dos homens e no peito da sociedade. Que santa Margarida Maria no leve cada vez mais ao Sagrado Coração de Jesus e faça de cada um de nós os PROTAGONISTAS DA EVANGELIZAÇÃO rumo ao novo milênio de Cristo "ontem, hoje e sempre".

               Corpo incorrupto de Santa Margarida Maria Alacoque







SAGRADO CORAÇÃO de Jesus, que manifestastes à Santa Margarida Maria o desejo de reinar sobre as famílias cristãs, viemos hoje proclamar vossa Realeza absoluta sobre a nossa família.

Queremos, de agora em diante, viver a vossa Vida; queremos que floresçam, em nosso meio, as virtudes as quais prometestes e, já neste mundo, a paz.

Queremos banir para longe de nós o espírito mundano que amaldiçoastes.
Reinareis em nossas inteligências pela simplicidade de nossa fé; em nossos corações pelo Amor sem reservas de que estamos abrasados para convosco, e cuja Chama manteremos pela recepção frequente de vossa divina Eucaristia.

Dignai-Vos, Coração divino, presidir as nossas reuniões, abençoar as nossas empresas espirituais e temporais, afastar de nós as aflições, santificar as nossas alegrias, aliviar as nossas penas.

Se alguma vez, algum de nós tiver a infelicidade de vos ofender, lembrai-vos, ó Coração de Jesus, que sois bom e misericordioso para com o pecador arrependido.

Quando soar a hora da separação, nós todos, os que partem e os que ficam, seremos submissos aos vossos eternos Desígnios. Consolar-nos-emos com o pensamento de que há de vir um dia em que toda a família, reunida no Céu, poderá cantar para sempre a vossa Glória e os vossos benefícios.

Digne-se o Coração Imaculado de Maria, digne-se o glorioso Patriarca São José, apresentar-Vos esta consagração e no-la lembrar todos os dias de nossa vida. Viva o Coração de Jesus, nosso Rei e nosso Pai!
Ato de Consagração Pessoal ao Sacratíssimo Coração de Jesus
(de Santa Margarida Maria Alacoque)

Eu, (seu nome), vos dou e consagro, ó Sagrado Coração de Jesus Cristo, a minha vida, as minhas ações, minhas penas e sofrimentos, para não querer mais servir-me de nenhuma parte do meu ser, senão para vos honrar, amar e glorificar. É esta a minha vontade irrevogável: ser todo vosso e tudo fazer por vosso amor, renunciando de todo o meu coração a tudo quanto vos possa desagradar!

Tomo-vos, pois, ó Sagrado Coração, por único Bem do meu amor, Protetor da minha vida, Segurança da minha salvação, Remédio da minha fragilidade e da minha inconstância, Reparador de todas as imperfeições da minha vida e meu Amparo seguro na hora da morte.

Sê, ó Coração de Bondade, a minha Justificação diante de Deus, Vosso Pai, para que desvie de mim a Sua justa Cólera.

Ó Coração de Amor, deposito em Vós toda a minha confiança, pois tudo temo de minha malícia e de minha fraqueza, mas tudo espero de Vossa Bondade. Extingui em mim tudo o que possa vos desagradar ou que se oponha à vossa Vontade.

Seja o vosso puro Amor tão profundamente impresso em meu coração, que jamais possa eu vos esquecer nem me separar de Vós. Suplico-vos que o meu nome seja escrito no vosso Coração, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e toda a minha glória em viver e morrer como vosso servo. Amém.

terça-feira, 21 de março de 2017

1. JOSÉ, O CARPINTEIRO


J0SÉ,  O  CARPINTEIRO
                                                     PE. GABRIEL GALACHE, SJ
Os trinta anos que tu, José, viveste feliz ao lado de Jesus e de Maria constituem o que chamamos o período da vida "oculta" de Jesus. Neste período, nada de maravilhoso, nada de sensacional, nada de brilhante.

O teu nome, "José", a tua profissão, "carpinteiro" nada têm de brilhante. A tua pessoa, "apenas um homem bom", não ostenta nada que nos cative
                    pela modernidade,
                    pela grandeza,
                    pelo poder,
                    pela sabedoria,
                    pela eloquência.

Não temos no Evangelho uma só palavra tua ...Outros santos receberam nomes mais significativos e gloriosos:
                    São Pedro "Apóstolo"
                    São Miguel "Arcanjo"
                    Santa Rita "Advogada dos impossíveis"
                    São Gregório "Magno" ...

Tu, porém, José.
Simplesmente José.


Tua figura contrasta com os nossos sonhos de vir a ser protagonistas, importantes, heróis, magnatas por vocação, cobiçadores de títulos pomposos de reis e rainhas, príncipes e nobres ou pelo menos doutores!

Perdoa-nos, José, se não te achamos interessante. Se não aceitamos o teu jeito de ser. Se, por favor, e respeito, te achamos o "segundo da fila" mais ilustre da história humana. 

Os escribas e fariseus, querendo convencer a si mesmos e aos outros da pouca categoria de Jesus, perguntavam com desprezo:

                    "Não é este o filho do carpinteiro?"

Tu, José, deste o pão ao teu filho, ensinaste-lhe o trabalho da plaina, do serrote e do martelo, mas status e títulos de nobreza, não lhe deste.

As tuas mãos calejadas falavam em alto e bom som da tua pouca categoria. E essa foi a herança que transmitiste a teu filho. Ele, como tu, um "carpinteiro".


As mesmas mãos calejadas que um dia desposariam a cruz, o mesmo martelo desgastado pelo uso, o suor das duas frontes, a tua e a do teu filho, caindo ao vaivém da plaina e do serrote, a mesma roupa surrada passada de pai para filho, a mesma oficina de quintal. a mesma linguagem mal concordada e o típico sotaque interiorano, a mesma comida pouca e monótona dos pobres de Nazaré, a mesma vontade louca de reencontrar, após o trabalho, aquela mulher maravilhosa, Maria, que amavas como esposa e Jesus, como mãe.


Perdão, José, se não te compreendemos. Se não encarnamos as oito bem-aventuranças evangélicas, nem as oito mil renúncias que elas encerram. Porque achamos que os pacíficos são alienados, que os que aguentam perseguição são faltos de coragem, que os misericordiosos são assistencialistas, que os pobres são incompetentes, que os mansos não têm caráter e que aos limpos de coração falta ousadia.

Os próprios evangelistas pouco nos dizem de ti. Nunca citam uma palavra tua.
Não nos contam um só milagre saído das tuas mãos. Nem escreveste uma só "epístola" aos nazarenos...

Apenas nos dizem que eras justo, que eras um homem bom. Um elogio de segunda classe que fazemos a qualquer um depois de morto. Uma espécie de prêmio póstumo de consolação que atribuímos a alguém que não é nem muito sábio, nem muito poderoso, nem muito empreendedor, nem ministro, nem autoridade.

Tudo isso escondido na pessoa de um simples carpinteiro, de um Zé qualquer que encarnou como ninguém
                    · a humildade
                    · o silêncio
                    · o trabalho
                    · a fidelidade.


Ensina-nos, São José, a ocupar com dignidade e decência o "segundo lugar da fila" do reino de Deus, na qual tu foste um colosso e na qual temos de atuar 99% dos mortais,
                    que não somos heróis,
                    nem ministros,
                    nem primeiras-damas,
                    nem artistas,
                    nem ídolos,
                    nem miss universo,
                    nem ouro, nem prata, nem bronze.


Ensinam-nos a entrar e sair pela porta dos fundos da sociedade; a subir e descer pelo elevador de serviço da Igreja e do Reino de Deus.

A ser úteis, se necessário, na oficina de fundo de quintal, na mina e na construção, recolhendo lixo ou no serviço doméstico como Maria.

Sem que com isso fique diminuído um átimo da nossa dignidade e do nosso valor.

Foi assim que sustentaste Maria, fizeste crescer Jesus, o construtor do Reino. A tua figura, José, não inspirou maiormente escultores, pintores e poetas.

Colocam-te como figura decorativa e de terceira classe nas suas obras. Apareces lá como um velhinho barbudo e decadente ao lado de uma jovem exuberante e de singular beleza.

Em nome de todos eles, prezado José, te pedimos perdão.

Em parte é tua a culpa, pois propositalmente quiseste desaparecer, encarnando o conselho de João Batista: "Convém que eles cresçam e eu diminua".

Mas ... José, porque és esposo de Maria, pai de Jesus, porque és um preferido de Deus, padroeiro da Igreja, modelo de pai, nós te consideramos, junto com Maria, "o primeiro-da-fila" do Reino de Jesus, teu filho, a quem todas as gerações proclamam feliz e de ti se dizem, por toda parte, grandes maravilhas.

Extraído da  revista Mensageiro do Coração de Jesus, de março de 1997.








quarta-feira, 15 de março de 2017

4. TRANSLADAÇÃO DAS RELÍQUIAS DE SÃO VICENTE




 São Vicente de Paulo
                        

BREVE HISTÓRICO DA TRANSLADAÇÃO DAS RELÍQUIAS DE 
SÃO VICENTE DE PAULO


São Vicente de Paulo  faleceu  no dia 27 de  setembro de 1660 e foi sepultado no coro da Igreja de São Lázaro, Casa Mãe dos padres da Congregação das  Missões,  por ele  fundada. Mais  tarde, foram  os padres  denominados Padres Lazaristas.

Conforme costume da época, o coração de São Vicente foi retirado, colocado num relicário de prata e confiada a sua guarda à Companhia das Filhas da Caridade, ramo feminino fundado por São Vicente.

Em 1712, o túmulo d São Vicente de Paulo foi aberto pela primeira vez no início do processo de sua beatificação.  Encontraram o corpo quase intacto, faltando somente os olhos e o nariz. As roupas estavam bem conservadas. Feita a vistoria de costume, o corpo foi recolocado no mesmo lugar. Após mais de 18 anos, período em que o local sofrera várias inundações, fato este nunca antes acontecido, com a devida autorização do Senhor Arcebispo de Paris, foi o túmulo de São Vicente de Paulo novamente aberto, encontrando-se seu corpo decomposto. Por pessoas habilitadas, os ossos foram separados das sobras de carne e músculos, por meio de fervura em azeite. A pasta obtida com este cozimento, depois de seca, serviu para confeccionarem relíquias distribuídas às comunidades vicentinas. Limpos, os ossos foram colocados numa urna de prata e conservados na Casa Mãe, na Igreja de São Lázaro.

Durante a Revolução Francesa, dois dias antes da tomada da Bastilha aos 12 de julho de 1789, cerca de duzentos revolucionários pilharam o priorado de São Lázaro, destruindo a Biblioteca e depredando os depósitos de cereais.  O “governo do terror”, assim chamado pelas barbaridades que cometera, confiscou todos os objetos de ouro e prata pertencentes à Igreja, e a igreja de São Lázaro não escapou à pilhagem. A urna de prata que continha os ossos de São Vicente de Paulo entrou no rol dos bens confiscados, porém, os revolucionários permitiram que o conteúdo fosse conservado em poder dos padres da Congregação da Missão. A urna de prata confiscada foi então substituída por uma de madeira de lei, mais condizente com o espírito de pobreza do grande Santo cujos ossos agasalhavam. Temendo novas invasões, os  Padres recolheram a preciosa relíquia em uma caixa de carvalho, e a esconderam em lugar seguro na casa das Irmãs de Caridade, onde durante 41 anos estiveram ocultos na Capela do Noviciado. 

O corpo de São Vicente de Paulo,  durante  o  tempo  conturbado  da Revolução Francesa, foi guardado no esconderijo seguro,  até o  dia em que o Arcebispo de Paris, Jacinto Luis de Quelen,  a 25 de  abril de 1830,  o fez transportar, solenemente, numa riquíssima urna de prata, da Catedral à nova  capela da Casa-Mãe dos  Lazaristas, onde ainda se encontra, cercado de filial veneração. Antes, porém, foram, “conscienciosamente ligados por arames de ouro,  nos respectivos lugares e cobriram o crânio e as  mãos com  cera,  procurando, através  da arte, fazer sua fisionomia o mais parecido possível com a do Santo”. 

O corpo, assim recomposto e “revestido de uma túnica de seda branca, de batina de seda preta, com meias e sandálias da mesma cor; compunha ainda a vestimenta, de uma sobrepeliz de fina cambraia e uma rica estola”. Nas mãos juntas ao peito, colocaram um crucifixo de marfim, que lhe serviu para exortar Luiz XIII, Rei da França, em seu leito de morte.

Foram, então,  reconduzidos em outro relicário de prata, acompanhado de grande cortejo formado pelo clero, pela nobreza e pelo povo de Paris, à casa Mãe, “saindo o cortejo do Palácio Arquiepiscopal para a Catedral de Notre-Dame, onde o Núncio Apostólico, assistido por doze bispos, celebrou solene pontifical, dirigindo-se depois para São Lázaro”.

“A festa durou nove dias seguidos. Cada dia pela manhã um bispo pontificava as 10 horas e a tarde um pregador louvava o grande apóstolo da Caridade”.

No primeiro Regulamento da Sociedade de São Vicente de Paulo, os fundadores estabeleceram em seu artigo 45, que no domingo da festa do Bom Pastor se prestaria homenagem ao nosso Patrono, venerando suas relíquias.

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terça-feira, 14 de março de 2017

11. AS FESTAS REGULAMENTARES NA HISTÓRIA DA SSVP








AS FESTAS REGULAMENTARES NA HISTÓRIA DA SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO!

A Sociedade de São Vicente de Paulo conservou durante longo período suas quatro festas anuais. De certa forma, essas festas complementam nosso trabalho fundamental e se constituem uma excelente ocasião para seus membros  se encontrarem, confrontar resultados, refletir sobre problemas que empenham o futuro. Mas, principalmente, essas reuniões obedecem uma  espécie de instinto vicentino, o da amizade que prevalece entre nós para uma verdadeira ação caritativa.



Observa-se tal instinto desde as origens. Frederico Ozanam e seus companheiros formaram primeiro um grupo de amigos e foi a partir de uma amizade muito sólida que puderam forjar as bases do imenso movimento vicentino que admiramos hoje.



Na verdade, essas assembleias contam com uma parte inevitável de discursos, mas a celebrações eucarísticas que precedem a assembleia, nos unem na comunhão com o Cristo e a Igreja; que alegria, para cada um de nós, poder travar conhecimento pela primeira vez com um confrade ou uma consocia e falar de nossas preocupações idênticas, comparar nossas experiências ou rever alguém que a tempos não víamos. 


Essa amizade original de sete jovens de 1833 se expandiu hoje em uma verdadeira comunidade mundial, unida pela caridade do Cristo e formando como desejou Frederico Ozanam, uma verdadeira "Rede Mundial de Caridade". 



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Desde o início, a SSVP no Brasil desde 1872, todos os anos, promovia quatro reuniões gerais dos seus membros, iniciando-se, pela ordem do calendário litúrgico, com a Festa da Imaculada Conceição, em oito de dezembro ou no domingo mais próximo, a primeira, para prestar sua reconhecida homenagem à sua Excelsa Padroeira, a Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria, escolhida por seus fundadores e confirmada pela Artigo primeiro do seu Regulamento.


A segunda reunião se realizava no primeiro domingo da Quaresma para rezar pelos seus falecidos, consocias, confrades, benfeitores e assistidos.

A terceira, no domingo do BOM PASTOR para recordar e refletir sobre o retorno das relíquias de São Vicente de Paulo para a casa Mãe de São Lázaro¹, residência dos Padres Lazaristas, pois dela estiveram afastadas por um longo período de quarenta anos, lembrando os quarenta anos em que os israelitas, o povo eleito, permanecera no deserto, sob o comando de Moisés, o grande Profeta, quando saíra do Egito.

Encerrando-se a série programada na festa litúrgica de São Vicente de Paulo, dia 27 de setembro, ou no domingo mais próximo, para um culto de veneração, muito louvável, ao Santo Patrono de todas as obras de Caridade do mundo, católico  e  que  empresta o  seu  glorioso   nome  para  destacar  no  seio   da  comunidade cristã uma Sociedade de leigos inserida no corpo místico de Cristo, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, a Sociedade de São Vicente de Paulo, que se propõem servir os pobres. 

¹) Vide abaixo sobre a transladação das relíquias de São Vicente.

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Na época da realização do Concilio Vaticano II, de 1962 a 1966, os dirigentes vicentinos  de todo o mundo vinham se manifestando, sugerindo a atualização do Regulamento da Sociedade e, o Conselho Geral nomeou uma comissão de alto nível para elaborar um ante-projeto da Regra, o qual foi devidamente aprovado em 1º de julho de 1968, e passou a ser adotado por todos os escalões da Sociedade de São Vicente de Paulo, por um período experimental de cinco anos, ou seja, de 1968 a 1973. 

Ao término desse período, em setembro de 1973, na 7a. Assembleia Internacional realizada em Dublin, capital da  Irlanda, que reuniu mais de mil delegados do movimento vicentino de 80 países, figurando, entre esses delegados, pela primeira vez, o elemento feminino.

No seu contexto, a Regra aprovada em Dublin pouco alterou a organização e as finalidades da Sociedade de São Vicente de Paulo, estabelecidas no primeiro documento publicado em 1835 e nos acréscimos de 1850 e 1856, relacionados, respectivamente a Conselhos Superiores e Centrais.


Uma das modificações importantes introduzidas diz respeito à faculdade concedida aos Conselhos Superiores de estabelecer e modificar, organizar e aproveitar princípios que se ajustem às leis e costumes dos países em que tenham sede. 


Em decorrência dessa inovação, o Conselho Superior do Brasil realizou em Salvador, capital da Bahia, de 4 a 7 de abril de 1974, a II Reunião Plenária, a fim de conhecer-se a Regra aprovada em Dublin, mas, também apreciar a situação da Sociedade de São Vicente de Paulo  no Brasil. Ao final, aprovou-se sob aclamação, o "Regulamento para o Brasil", o qual, submetido a exame do Conselho Geral de Paris, mereceu cabal aprovação, em junho de 1974.


A fim de se proceder à revisão de alguns artigos e a inserção de outros, visando esclarecer, complementar e ordenar os assuntos do Regulamento anterior, realizou-se em Barueri, São Paulo, a III Reunião Plenária do Conselho Superior do Brasil, em abriu de 1977 e  em agosto do mesmo ano sancionado pelo Conselho Geral de Paris. Com a mesma finalidade realizou-se no Rio de Janeiro em outubro de 1988 a VI Reunião Plenária do Conselho Superior do Brasil.


Em dezembro de 1996, em Belo Horizonte, MG., realizou-se a VIII Reunião Plenária do Conselho Nacional do Brasil, quando revisou e aprovou o Regulamento da Sociedade de São Vicente de Paulo e que foi sancionado pelo Conselho Geral Internacional de Paris em 27 de março de 1998. O Regulamento aprovado, no capítulo X, Das Disposições Gerais, apresentou o artigo 63, assim alterado:


Art. 63 - A SSVP celebra (3) três festas por ano: a da Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro, ou domingo mais próximo: a de Antônio Frederico Ozanam, no dia 23 de abril, ou domingo mais próximo; a de São Vicente de Paulo, no dia 27 de setembro, ou domingo mais próximo, constando da programação Missa e Assembleia Geral, sendo nestas apresentados os novos confrades e consocias já proclamados até essa data nas respectivas Conferências.

Parágrafo único - Além destas festas, tanto os Conselhos como as Conferências, isoladamente, poderão promover convocações e Assembleias Gerais, por motivos justificados.


Durante a 10ª Assembléia Plenária Nacional da SSVP, realizada pelo Conselho Nacional do Brasil de 12 a 15/11/2004, em Belo Horizonte/MG, e homologado pela Secção Permanente do Conselho Geral, órgão diretivo da Confederação Internacional da SSVP no mundo, em reunião de 17/05/2006, aprovou-se novo texto do Regulamento da SSVP no Brasil, revogando o anterior, editado em 1998, e todas as disposições em contrário.  

  
O atual Regulamento foi aprovado em 01/08/2015, durante a Assembléia Geral Extraordinária do Conselho Nacional do Brasil,realizada em Brasília-DF, entrando em vigor imediatamente na data de sua aprovação: 01 de agosto de 2015.                                           


No Capítulo III - Das Festas Regulamentares, encontra-se o artigo que trata desse assunto:


Artigo 22. A SSVP no Brasil, através de seus Conselhos e Conferências, celebra, anualmente, 3 (três) festas regulamentares, nos dias adiante relacionados  ou nos domingos mais próximos, por iniciativa:

   
     I) do Conselho Nacional do Brasil, a festa do Bem-aventurado Antônio Frederico Ozanam  e da fundação da Sociedade de São Vicente de Paulo, em 23 de abril, quando será renovado o compromisso vicentino;
      
       II) dos Conselhos, as festas de São Vicente de Paulo, em 27 de setembro e a da Imaculada Conceição de Maria, em 8 de dezembro; e




    III) das Conferências, que por motivo de localização geográfica ou outro motivo relevante, não puderem participar da Festa patrocinada pelo seu Conselho respectivo.


          § 1º. Nessas datas, haverá celebração da Santa Missa e reunião festiva.


          § 2º. A Festa de São Vicente de Paulo, quando possível, será programada e realizada em conjunto com outros Ramos da Família Vicentina.


          § 3. Os Conselhos e Conferências poderão promover eventos similares ao longo do ano e reuniões sociais para reafirmar a fraternidade entre seus Associados.  

  
         § 4. Em cada ano, durante a semana que inclui o dia 9 de setembro, data da comemoração litúrgica do Bem-aventurado Antônio Frederico Ozanam, será realizada uma coleta especial, denominada "Coleta de Ozanam" (Artigo 69), ocasião em que se aconselha a promoção de orações e outros eventos para lembrar a figura do principal fundador.

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                                                                                                                                                                                                                                      Na Regra de 1996, assim como nas anteriores, encontramos um Preâmbulo² que destaca o que é e o que deseja ser "A Sociedade de São Vicente de Paulo no mundo moderno", mundo em mudança, como se tornou o nosso. É no espírito destas exposições que a Regra deve ser compreendida e interpretada em todos os lugares e tempos.


Note-se que essas Regras  diferiam apenas na sua apresentação do que vinha sendo executado desde a instalação no Brasil da SSVP, em 1872, porquanto no seu contexto o espírito e a prática primitivos permaneceram.


²) Veja no Índice Geral, na pasta da SSVP, sob o título PREÂMBULO, A mensagem do Cfd. Pierre Chouard, Presidente Geral de 1954 a 1969.


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TRANSLADAÇÃO DAS RELÍQUIAS DE SÃO VICENTE

Durante a Revolução Francesa, dois dias antes da tomada da Bastilha aos 12 de julho de 1789, cerca de duzentos revolucionários pilharam o priorado de São Lázaro, destruindo a Biblioteca e depredando os depósitos de cereais.  O “governo do terror”, apresentaram-se em São Lázaro, reclamando todos os objetos de ouro e prata. Felizmente não profanaram os ossos do Santo deixando-os entregues aos Padres da Missão (ordem fundada por São Vicente) contentando-se em levar o relicário. 

Quando os Padres da Missão puderam se instalar definitivamente no antigo Hotel de Lorges, onde estão até hoje, à Rua de Sêrvres, 95, pensaram em transladar a veneranda relíquia para a nova Casa-Mãe, cuja capela é dedicada ao fundador.

O Arcebispo de Paris, Monsenhor de Quélen resolveu então prestar ao humilde Pai da Caridade o mais brilhante culto de veneração, mandando confeccionar um novo relicário de prata. 

"Os ossos foram ligados com fios de ouro nos respectivos lugares. Feito este trabalho cobriram o crânio e as mãos com máscara de cera representando, quanto possível, a fisionomia do Santo. Revestido com uma túnica de seda branca, de batina de seda preta, com uma rica estola, oferecida pelo Arcebispo. No dia vinte e quatro de abril de 1830, sábado, o relicário de prata contendo os restos mortais de São Vicente de Paulo, foi transportado do Palácio Arquiepiscopal, onde estivera por vários dias recebendo as homenagens da nobreza, clero e povo, seguindo para a Catedral de Notre-Dame. No domingo, dia 25, festa litúrgica do BOM PASTOR, foi, com grande pompa, em grandiosa procissão, transportado da Catedral para a Casa Mãe dos Lazaristas, após solene Missa celebrada pelo Núncio Apostólico, Monsenhor Lambruschini, Arcebispo de Gênova, participada por doze Bispos". (1)

Foi, sem dúvida o mais brilhante culto de veneração prestado ao Pai da Caridade, o BOM PASTOR, pelo povo francês, representado por todas as suas classes sociais. A esse culto a Sociedade de São Vicente de Paulo no Brasil reverentemente se associa, suplicando a caridosa intercessão do seu Patrono para continuar, num esforço bem ordenado, a seguir os seus exemplos, servindo os irmãos carentes, muito longe de um suposto paternalismo, com o verdadeiro espírito de serviço e efetiva ajuda, através de seus membros, consocias e confrades, num contato pessoal fortalecido pela fraterna amizade que valoriza o relacionamento humano.

Ao ensejo presta, também, suas homenagens aos milhares de Sacerdotes que, como o BOM PASTOR, cuida para que os pobres sejam evangelizados e a Sociedade de São Vicente de Paulo floresça nas suas Paróquias, atuando com renovado vigor e preservando o seu primitivo espírito.Eis uma tradição que merece ser preservada.

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!

1) - Biografia de São Vicente de Paulo. Pe. Jerônimo Pedreira de Castro OM - 11º Edição de 1957 




segunda-feira, 13 de março de 2017

5. SÃO VICENTE E AS VIRTUDES







      O VICENTE E AS VIRTUDES
     
           JESUS CRISTO: servidor e evangelizador dos pobres
"Dirigiu -se (Jesus) a  Nazaré,  onde  se
ha
via criado. Entrou na sinagoga em dia
de sábado
,  segundo  o  seu  costume,   e
levantou
-se para ler. Foi lhe dado o livro
do profeta  Isaías
.  Desenrolando o livro,
escolheu a passagem onde está escrito
(61, is): 


O Espírito do Senhor está sobre
mim, porque me ungiu; enviou
-me para
anunciar a boa nova aos pobres
, para
sarar
os contritos de coração, para
anunciar aos cativos a redenção
, aos
cegos a restauração da vista
, para pôr
em liberdade os cativos, para publicar o
ano da gra do Senhor. "Lc,4,
16-19).
VIRTUDES
SIMPLICIDADE: Consiste, antes de tudo, em dizer a verdade.
A VERDADE é um conceito chave. Consiste em dizer as coisas como elas são, sem dissimular nem ocultar nada. (ver Jô, 8,32).


Ser verdadeiro no agir. Não ter medo da verdade.
(ver 1,17 - 3,21 - 4,6 - 4)4 - 5,33)
HUMILDADE: A pessoa humilde é aquela que sabe esvaziar-se a si mesmo. (ver F1 2,67 - Atos 17 ,28).

Ser humilde é reconhecer a condição de seres humanos, de criaturas e que temos total dependência em relação Deus, porque é nele que vivemos ..
(ver Mt 20,28 - Me 9,35 - Jó, 13,12 - Lc 1,48-52).


MANSIDÃO: Controlar todo o tipo de agressividade. Fazer prevalecer o amor em todas as circunstâncias.

MORTIFICAÇÃO: Mortificar-se é rejeitar todas as tendências que se direcionam para o ódio. (amor-ódio)- (esperança-desesperança)
E' a prática da disciplina, da perseverança na busca do bem.

ZELO: E' ter afeição ardente e viva por alguém. É o amor ardente.
São Vicente dizia: "Sê o amor de Deus é fogo, o zelo é sua chama. 

(ver Mt 5,5 - 21,5 - 11,29 - Lc 5,11 - 9,23 - 12,33).


ESPIRITUALIDADE DE SÃO VICENTE EM 
ANTÔNIO FREDERICO OZANAM


Antônio Frederico Ozanam nasceu em 1813 na época da razão (racionalismo).


Assim pensava Ozanam:


1. Submissão à vontade de Deus. (Cartas, vol. I, pag.69)

2. Cumprimento dos deveres feitos com determinação e responsabilidade. (Cartas, vol. I, pag. 192).

3. A prática das virtudes teologais, a ação ética e o desapego aos bens materiais e humildade. (Cartas, vol. I, pg. 142).

4. A vivência radical da espiritualidade cristã através do amor aos pobres.

5. A devoção de Frederico Ozanam a Maria, Mãe de Jesus.


SSVP - Conferência

1. Testemunhar Cristo e a Igreja.

2. Reunir pessoas, pelo exemplo e pela amizade. Para se aproximar de Deus e seguir os caminhos de Jesus Cristo.

3. Visita aos pobres.



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